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E se Dilma tivesse usado a máquina pública contra delatores da Lava Jato?

Jornal GGN mostra que a operação deflagrada pela Polícia Federal contra a JBS, nesta sexta (9), coordenada por uma autarquia ligada ao Ministério da Fazenda, chama atenção pelo "time": ocorre exatamente um dia após 3 deputados afirmarem ao jornalista Tales Faria, em off, que o governo Michel Temer tem um plano para dizimar a empresa de Joesley Batista, em retaliação à delação premiada que balançou a cadeira do presidente

Jornal GGN mostra que a operação deflagrada pela Polícia Federal contra a JBS, nesta sexta (9), coordenada por uma autarquia ligada ao Ministério da Fazenda, chama atenção pelo "time": ocorre exatamente um dia após 3 deputados afirmarem ao jornalista Tales Faria, em off, que o governo Michel Temer tem um plano para dizimar a empresa de Joesley Batista, em retaliação à delação premiada que balançou a cadeira do presidente (Foto: Aquiles Lins)
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Jornal GGN - A operação deflagrada pela Polícia Federal contra a JBS, nesta sexta (9), coordenada por uma autarquia ligada ao Ministério da Fazenda, chama atenção pelo "time": ocorre exatamente um dia após 3 deputados afirmarem ao jornalista Tales Faria, em off, que o governo Michel Temer tem um plano para dizimar a empresa de Joesley Batista, em retaliação à delação premiada que balançou a cadeira do presidente.

A contraofensiva de Temer, que envolve ainda o Judiciário e o Ministério Público, vem ocupando espaços discretos nos jornais nos últimos dias. A mesma informação sobre as investidas contra a JBS, Rodrigo Janot e Edson Fachin com o uso das tropas aliadas e órgãos do governo passaram pela Folha, O Globo, Valor e Estadão, apenas para citar alguns exemplos. Mas sem o alarde que os fatos ensejam. Fica a pergunta: a grande mídia contemporizaria o suposto uso da máquina pública contra delatores, procuradores e juízes da Lava Jato se a presidência ainda estivesse ocupada por Dilma Rousseff (PT)?

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Nesta sexta, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão na sede da JBS em investigação coordenada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), numa operação que não tem nome mais adequado: chama-se "Tendão de Aquiles". Este inquérito foi instaurado um dia após o colunista Lauro Jardim revelar que Michel Temer foi gravado por Joesley Batista conversando sobre suposto pagamento de propina a Eduardo Cunha e Lúcio Funaro, presos da Lava Jato, além de ações de obstrução de Justiça e esquema de favorecimento à JBS no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

O objeto do inquérito é saber se a JBS aproveitou as semanas que antecederam a explosão da delação premiada para praticar atos no mercado financeiro com o objeto de obter lucros.

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O Globo publicou que a PF apura "a venda de ações de emissão da JBS na bolsa de valores, por sua controladora, a empresa FB Participações, em abril, em período concomitante ao programa de recompra de ações da empresa, reiniciado em fevereiro de 2017 e a compra de contratos futuros de dólar na bolsa de futuros e a termo de dólar no mercado de balcão, entre o fim de abril e meados de maio de 2017." Tudo teria ocorrido na época em que a JBS negociava a delação premiada com o Ministério Público Federal.

Tales Faria apurou que a ordem do Palácio do Planalto para sobreviver à turbulência da Lava Jato é "atacar e tentar dizimar a JBS em todas as frentes: na Receita Federal, na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e na Justiça. A ideia é provar desde apropriação indébita dos descontos do INSS de seus funcionários até a especulação na bolsa de valores e no mercado de câmbio. E o que mais vier a aparecer na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JBS/BNDES, que a bancada governista promove no Congresso."

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Reportagem do Valor, de quinta-feira (8), mostrou ainda que a contraofensiva já estava em curso, com a JBS declarando-se vítima de "perseguição do governo". "Representantes da JBS informaram ao Ministério Público Federal, na segunda-feira, que a Caixa Econômica Federal teria suspendido, de forma repentina, o crédito da empresa na instituição. O corte seria uma retaliação do governo ao fato de os donos da J&F, holding que detém o controle acionário da JBS, terem feito delação premiada". O BNDES também está revendo seus negócios com a empresa.

Em outra frente, a imprensa também dá notícia de que Edson Fachin e Rodrigo Janot também serão destaques no plano de retaliação do governo Temer. No mesmo artigo, Faria explicou que contra Janot, Temer mandou o Congresso destravar projetos que contrariam os interesses do Ministério Público e, contra o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, fala-se em "dossiê" e uso de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a relação da JBS com Fachin. Nesse tema, a grande mídia também tem ajudado, a exemplo de artigo de Reinaldo Azevedo na Folha defendendo enquadramento de Fachin por ter sido selecionado para o STF com ajuda da JBS.

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Em todas essas frentes, a fórmula é a mesma: movimentar órgãos do governo federal e o Congresso contra o avanço da Lava Jato. Artigo 85 da Constituição define que um dos crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente da República que pode ser considerado motivo para impeachment é atacar o "livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação."

Se Dilma tivesse deflagrado plano tão ostensivo contra a Lava Jato quanto Temer - hipótese que nem deveria ser cogitada sobre quem acumulou críticas por querer nem saber como domar a Polícia Federal - nada mudaria em seu fatal destino. O impeachment teria saído do papel, mas com um motivo muito mais plausível do que o espetáculo das pedaladas fiscais.

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