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Eleição de Bolsonaro é uma ruptura na história das Américas, diz historiador

Para o historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro, a eleição de Jair Bolsonaro é marcante não só na história do país, como também das Américas, e uma ruptura porque “É a primeira vez, desde o final do século 18, que a extrema-direita chega ao poder por meio do voto”; essa situação “demanda muita vigilância e defesa dos direitos”, diz Alencastro, que avalia ainda que “Há um vazio político grande. Não só na esquerda, com a prisão do Lula, mas também com o desabamento do centro”

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Por RBA – O historiador e cientista político Luiz Felipe de Alencastro não tem dúvida: a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da República é uma data marcante não só na história do país, como também das Américas. Uma ruptura. “É a primeira vez, desde o final do século 18, que a extrema-direita chega ao poder por meio do voto”, disse ele, durante o programa Entre Vistas, da TVT, que vai ao ar nesta terça-feira (30), a partir das 22h.

Autor do renomado livro O Trato dos Viventes - Formação do Brasil no Atlântico Sul, Alencastro compara a eleição de Bolsonaro com vitórias recentes de políticos de extrema-direita na Europa, como na Hungria, Áustria e Polônia. Para ele, embora haja semelhança, o continente europeu tem um “arcabouço político, econômico e cultural que ‘enquadra’ esses regimes”.  

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“Estamos numa situação inédita na história das Américas, uma situação que demanda muita vigilância e defesa dos direitos”, afirma.

Logo no início da entrevista, o jornalista e apresentador Juca Kfouri abre o programa perguntando se a eleição de Bolsonaro, de forma metafórica, representaria a vitória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, único agente da ditadura reconhecido como torturador pela Justiça brasileira e considerado um herói pelo presidente recém-eleito.

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“É asqueroso o elogio que é feito pelo presidente eleito para um homem que, em condições normais, seria acusado de crimes contra a humanidade”, sentencia Alencastro, professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da cátedra de “História do Brasil” da Universidade de Paris-Sorbonne, na França.

Para ele, é uma necessidade “óbvia” a criação de uma frente ampla democrática como contrapeso ao futuro governo de Bolsonaro. O historiador diz que esse movimento já se iniciou no segundo turno da eleição, ressalta o apoio de Marina Silva (Rede) e analisa a postura de Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado na disputa presidencial.

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“Depois da eleição, ele abandonou seu eleitorado, viajou para a Europa, e deixou a Kátia Abreu falando o que quisesse. É alguém que quer ser o único líder da oposição à esquerda e ao centro”, avaliou.

Durante quase uma hora de programa, Luiz Felipe de Alencastro ainda analisa o futuro do PSDB após a vitória de João Doria para o governo do estado, enquanto os líderes históricos do partido perdem espaço. “Há um vazio político grande. Não só na esquerda, com a prisão do Lula, mas também com o desabamento do centro.”

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Tema caro para sua trajetória profissional, reconhecido como um dos maiores especialistas sobre a história da escravidão no Brasil, Alencastro pondera que alguns discursos radicais de Bolsonaro, como contra as cotas de negros nas universidades, devem encontrar muita resistência. “É uma lei perfeitamente assimilada pela sociedade, já em curso, com centenas de milhares de pessoas formadas nesse processo.”

Além de Juca Kfouri, o programa Entre Vistas com o historiador Luiz Felipe de  Alencastro tem a participação das jornalistas Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, e Rosane Borges, colunista da Carta Capital e professora do grupo de pesquisa Estética e Vanguarda da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

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Assista a entrevista aqui.

 

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