Fernando Brito: A Globo entra em campo por Moro
"Moro tem a vantagem da intensa campanha da Globo, que o apresenta ainda como herói que resistiu às interferências espúrias do presidente", avalia o jornalista Fernando Brito
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Por Fernando Brito, no Tijolaço - Enquanto a contaminação e a morte dos brasileiros se espalham, os corpos se amontoam nos corredores dos hospitais, por falta de espaço nos necrotérios, o país espera não por providências sanitárias, nem por decisões essenciais sobre o isolamento social que se desmancha sob o sábado de sol, mas pelo fim do depoimento de Sergio Moro à (e na) Polícia Federal da qual ele foi, durante anos, o chefe, na prática.
Moro, por mais que tenha acumulado em seu telefone – numa espécie de Vaza Jato ao reverso – diálogos nada republicanos com Bolsonaro – move-se no fio da navalha da prevaricação, por ter aceito, durante meses, o que agora chama de crime.
É que, ao contrário do que ocorre no privado, o servidor público não tem apenas o poder, mas o dever de noticiar a prática de crime.
Portanto, as tais “provas acumuladas” de Moro em mensagens arquivadas em seu celular, não poderão ser de flagrante interferência de Bolsonaro na PF, porque isso o obrigaria a ter, então, dado ciência à PGR, sob pena de deixar de cumprir seu dever funcional.
Moro tem a vantagem da intensa campanha da Globo, que o apresenta ainda como herói que resistiu às interferências espúrias do presidente.
Mas não parece ter vida fácil no Partido do Ministério Público e não tem o controle do Judiciário, para o qual é rei morto.
Não é improvável que no Jornal Nacional de hoje alguma das “provas” seja exibida.
Lá, o “morismo” sobrevive forte, embora se tenha visto no “duelo de loucos” na porta da Polícia Federal que hoje ele respira por aparelhos.
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