Fernando Brito: mudança no INSS não resolve a crise da Previdência
Jornalista Fernando Brito faz referência à saída de Renato Vieira da presidência do INSS. "Leonardo Rolim, que entra em seu lugar, nunca teve nenhuma experiência administrativa, não conta com a simpatia dos servidores – ele tem sido um defensor da abolição e direitos do funcionalismo – e é bom, mesmo, em conchavos políticos"
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Não há ninguém que acredite que o presidente do INSS, Renato Vieira, tenha deixado o cargo por motivos pessoais.
O tempo e suas queixas dirão o que foi obrigado suportar à frente do órgão, sucateado pela falta de funcionários e de estrutura.
Leonardo Rolim, que entra em seu lugar, nunca teve nenhuma experiência administrativa, não conta com a simpatia dos servidores – ele tem sido um defensor da abolição e direitos do funcionalismo – e é bom, mesmo, em conchavos políticos, por conta de sua longa carreira de consultou na Câmara dos Deputados.
O “reforço militar” prometido por Jair Bolsonaro segue empacado e não há sinais de que possa ser mobilizado – se é que o será, com restrições no TCU e ação na Justiça.
Há uma greve de servidores no radar, se isso se consumar. Ou até antes, porque a Dataprev, sobre qual repousa quase todo o processamento de dados do INSS já parou, contra sua venda ao setor privado.
A “digitalização”, cantada em verso e prosa, virou um trambolho. Se você acessar a página do simulador de aposentadoria do INSS, vai se depara com uma mensagem – “O serviço “Simular Aposentadoria” está temporariamente indisponível. Estamos atualizando o simulador para adequação às novas regras de aposentadoria (Emenda Constitucional nº 103 de 12 de novembro de 2019)”.
Inacreditável para uma mudança que, embora promulgada nesta data, tem suas regras estabelecidas desde meados de outubro, quando teve sua votação final no Senado.
E nem isso explica o represamento dos benefícios, porque as aposentadorias (seja por idade, tempo e contribuição ou invalidez) representam apenas 30,42% das concessões previdenciárias. Auxílios por doença e acidentes, além das pensões por morte, representam 57% das concessões, nos dados de novembro passado.
Por aí você vê que a crueldade deste represamento é muito maior do que o atraso no direito de aposentar-se.
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