Fernando Morais: está sendo armado novo golpe dentro do golpe
Jornalista Fernando Morais, editor do Nocaute, denuncia que Michel Temer e o PSDB tramam um acordo para formar um governo de maioria tucana e jogar por terra a campanha por eleições diretas já; objetivos foram discutidos em reunião com Temer e a cúpula do PSDB, entre eles estão a saída imediata de Temer, com convocação de eleições diretas, troca de Henrique Meirelles por Armínio Fraga no Ministério da Fazenda e a garantia do silêncio de Eduardo Cunha, com a preservação da liberdade de sua mulher e sua filha
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Por Fernando Morais, do Nocaute - Um grande acordo da Casa Grande começou a ser costurado no último sábado em uma reunião “social” ocorrida no Palácio do Jaburu. Participaram do encontro, além de Temer, o general Sérgio Etchegoyen (ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), os ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidencia) e o governador de São Paulo, Geraldo Alkmin. Para disfarçar, Marcela Temer recebeu em outro ambiente do palácio as esposas presentes. Por meio de mídia eletrônica o encontro foi acompanhado à distância pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Os principais termos do acordão são os seguintes:
- Temer deve sair logo, para evitar a cassação pelo TSE e a eventual convocação de eleições diretas já para presidente da República.
- Esvaziar a Operação Lava Jato.
- Formar um governo de maioria tucana, no qual Henrique Meirelles seria substituído no Ministério da Fazenda por Armínio Fraga.
- Garantir o silêncio de Eduardo Cunha com a preservação da liberdade de sua mulher e sua filha.
- Controlar a delação de Palocci, que se torna irrelevante com o acordão.
Como o plano não contempla todos os problemas dos golpistas, há dúvidas sobre como solucionar algumas questões-chave e sobre a mesa ainda há obstáculos a serem superados:
- Oferta de anistia aos crimes de Caixa 2, com o que livrariam a pele, entre outros, de Moreira Franco, Eliseu Padilha e demais congressistas que fazem parte da “lista de Fachin”. Com isso os golpistas imaginam neutralizar o ex-presidente Lula e seus familiares, que seriam beneficiados pela medida.
- Não há consenso a respeito do nome que seria eleito indiretamente com a saída de Temer. O mais cotado parece ser mesmo o ex-ministro Nelson Jobim. O lançamento informal pelos tucanos do nome do senador Tasso Jereissati teria sido apenas uma cortina de fumaça, um “boi de piranha” previamente acordado com o político cearense.
- Ainda não se conseguiu solucionar o “problema Rodrigo Maia” e a fórmula legal para oferecer garantias a Temer após sua saída – seja ela indulto, perdão ou salvo-conduto.
Aparentemente não há objeções maiores ao acordão por parte das Forças Armadas – aí incluídos os oficiais da reserva, que não mandam mas fazem barulho.
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