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Fernando Morais: ‘superar diferenças é o que vai tirar nosso pé da lama’

Em encontro ao lado do ator Sérgio Mamberti, o escritor Fernando Morais fala da importância da diversidade de ideias pela democracia e da cultura como meio de ação

(Foto: RBA)
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Rede Brasil Atual - ”Peitamos a ditadura (pós 64) e vamos peitar essa também. Nada melhor do que enfrentar esse inimigo, porque não são sequer opositores, do que tentar imaginar como eles estão agindo”, disse o escritor e jornalista Fernando Morais, sobre o governo de Jair Bolsonaro (PSL). Ao lado do ator Sérgio Mamberti, Morais participou hoje (31) da mesa A Cultura sob Cerco Fascista, último debate da série promovida pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé ao longo da semana. “Para mim, a cultura sempre foi espaço de resistência”, definiu Mamberti.

Ao falarem de suas experiências, especialmente frente à ditadura civil-militar (1964-1985), e das passagens de ambos por instituições públicas durante governos democráticos, Mamberti e Morais defenderam o papel social também como componente de intervenção política no funcionamento da sociedade.

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Mamberti lamentou a posição do governo diante da cultura de seu povo, promovendo desmontes no setor e apontando para a censura. “Eu achava que o processo da ditadura tinha sido muito difícil. Mas ao achar que, após tantos anos, não haveria mais regressão, isso dá um certo desespero”, afirmou. Apesar da fala negativa, o ator deixou a ponderação de que “nosso legado ta vivo. Está na memória das pessoas e não podemos desprezar. Existe possibilidade de reversão deste quadro”.

Para ações como a ameaça de fechamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Bolsonaro e sua equipe usam argumentos que defendem apenas a visão política de seu grupo. “O governo acusa o projeto cultural que foi construído ao longo da história brasileira como ideológico, mas ideológico é o projeto dele. É exatamente o contrário. Ele tem um projeto conservador, fala em cruzada conservadora”, afirma Mamberti.

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Morais, que foi deputado estadual e secretário de Cultura do governo de São Paulo, nos anos 1980, defendeu a união entre cultura e comunicação diante dos desafios impostos pela conjuntura. Depois do golpe de 2016, o escritor rasgou sua ficha de filiação ao antigo MDB ao lado do também ex-parlamentar pela legenda Audálio Dantas.

“Cultura e comunicação são irmãos (…) Esquecer nossas pequenas diferenças é o que vai tirar nosso pé da lama. Para derrubar a ditadura, foi formada uma frente desde gente torturada até usineiro alagoano que tinha sido governador (pela Arena, o partido da ditadura), o Teotônio Vilela. Ao lado deles, um industrial que tinha sido ministro do Geisel, o Severo Gomes. Somado a isso, comunistas de três tendências, protegidos pelo guarda-chuva do doutor Ulysses Guimarães. Não podemos ter preconceito. Temos que condenar o pecado e absolver o pecador”, defendeu.

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