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Folha já aposta no divórcio da "tapioca com açaí"

Jornal de Otavio Frias diz que, além das convicções díspares e divergências no plano estadual, "Marina Silva tinha um projeto político próprio e uma base eleitoral bem diversa daquela que vagamente se alinha a Eduardo Campos (PSB), até há pouco identificada com o situacionismo petista"

Jornal de Otavio Frias diz que, além das convicções díspares e divergências no plano estadual, "Marina Silva tinha um projeto político próprio e uma base eleitoral bem diversa daquela que vagamente se alinha a Eduardo Campos (PSB), até há pouco identificada com o situacionismo petista" (Foto: Roberta Namour)
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247 – A Folha de S. Paulo já aposta no divórcio do recém-anunciado casamento da “tapioca com açaí”, expressão usada por Marina Silva na oficialização de sua vaga como vice na chapa de Eduardo Campos (PSB) à Presidência. Leia:

Tapioca com açaí

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Chapa de Eduardo Campos com Marina Silva ainda precisa provar-se capaz de harmonizar convicções e objetivos políticos díspares

Pesquisas, como se sabe, não ganham eleições, e nem sempre a lógica serve de guia para a tomada de decisões políticas. Mesmo assim, a aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva parece ainda tão improvável e inorgânica como em seus primeiros dias.

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No evento que oficializou a chapa do ex-governador de Pernambuco e da líder ambientalista, veio da própria Marina Silva um comentário bem-humorado sobre o exotismo da composição.

Seria "o casamento da tapioca e do açaí", disse a defensora da causa ambientalista, aludindo a pratos típicos do Nordeste e da Amazônia. Não que a mistura não seja nutritiva, e mesmo apetecível a paladares fartos do arroz com feijão lulista, para nada dizer do insosso chuchu até agora oferecido pelos chefes do PSDB.

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Um crítico de gastronomia política mais intolerante poderia dizer, contudo, que tapioca e açaí não se harmonizam plenamente. Eduardo Campos procura apoio do empresariado e, para isso, bate na tecla desenvolvimentista. Marina Silva mantém uma mensagem essencial à sua própria identidade política e privilegia estratégias de atividade que preservem o ambiente.

Em tese, as duas visões não são incompatíveis. Falta, sem dúvida, mostrar na prática como isso pode acontecer --e de que modo, por exemplo, poderão compatibilizar-se as teses pós-liberais dos economistas ligados a Marina com as convicções da velha guarda esquerdista congregadas num dos pequenos partidos que apoiam Campos.

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No lançamento da candidatura, Campos e Marina defenderam a redução do número de ministérios e criticaram o atual modelo de coalizões que concede a Dilma Rousseff sua instável base de apoio parlamentar. No governo pernambucano, todavia, Campos governou com uma panóplia de 14 partidos (Dilma comanda 11). Contava com 28 secretarias de governo, tendo reduzido seu número para 23 apenas em janeiro deste ano.

No plano estadual, PSB e marinistas divergem. O partido de Eduardo Campos, fiel ao pragmatismo, apoia candidatos do PSDB, do PT e do PMDB, conforme o caso. São outras as preferências dos militantes da antiga Rede, o partido que Marina não conseguiu fundar por não ter atingido o número de assinaturas exigido.

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Os problemas nascem daí. Marina tinha um projeto político próprio e uma base eleitoral bem diversa daquela que vagamente se alinha a Campos, até há pouco identificada com o situacionismo petista.

O que não se cria como projeto político coerente tende a ser preenchido pelos marqueteiros. Resta saber se caberá a estes a responsabilidade pelo sucesso da receita.

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