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GGN: Lava Jato atingiu o ápice semanas antes do impeachment

Levantamento do GGN mostra que o núcleo da Lava Jato em Curitiba nunca teve tanto destaque no noticiário como nas semanas que antecederam a votação do impeachment na Câmara; coerção de Lula, delação de Delcídio e vazamento de áudio da presidente eleita ajudaram a criar o clima para o afastamento, segundo Cíntia Alves

Levantamento do GGN mostra que o núcleo da Lava Jato em Curitiba nunca teve tanto destaque no noticiário como nas semanas que antecederam a votação do impeachment na Câmara; coerção de Lula, delação de Delcídio e vazamento de áudio da presidente eleita ajudaram a criar o clima para o afastamento, segundo Cíntia Alves (Foto: Roberta Namour)
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Por Cíntia Alves, do jornal GGN

Uma pesquisa sobre o impacto da Lava Jato no noticiário nacional mostra algumas diferenças no modus operandi junto à imprensa dos núcleos da operação concentrados em Brasília – sob o comando do procurador-geral da República, Rodrigo Janot – e em Curitiba – com destaque para os despachos do juiz federal Sergio Moro.

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Um vôo sobre todas as capas da Folha de S. Paulo no último um ano e meio mostra que o esforço da Lava Jato em Curitiba para emplacar manchetes bombásticas teve como alvo preferencial, num primeiro momento, as maiores empreiteiras do País e seus dirigentes e, num segundo, Dilma Rousseff, Lula, PT e seus aliados. Enquanto isso, o núcleo que cuida dos inquéritos contra políticos tentou mostrar imparcialidade mirando em vários partidos, mas provocou estragos maiores na cúpula do PMDB.

Um primeiro levantamento feito pelo GGN, de janeiro a 25 de junho de 2016, mostra que nunca a Lava Jato teve tanto destaque no noticiário produzido pela Folha como nas semanas que antecederam a votação do impeachment de Dilma na Câmara.

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Vejamos os números:

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Análise feita de 1º de janeiro a 25 de junho de 2016. Fonte: Folha de S. Paulo

 

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A tabela acima mostra que em março de 2016, a Lava Jato foi responsável por 10 capas da Folha, todas mirando em Dilma, Lula e PT de alguma maneira. Inquéritos contra Lula em São Paulo, a respeito do sítio em Atibaia e o triplex no Guarujá, renderam outras três capas, totalizando 13 de 31 edições. A título de comparação, o primeiro recorde da Lava Jato no último um ano e meio se deu em novembro de 2015, com 11 capas estritamente ligadas à operação, mas com alvos diversos e sem ônus comparável a março/2016 para Dilma ou Lula.

O ápice da Lava Jato em Curitiba

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Do total de 10 capas da Lava Jato em março/2016, a equipe de Curitiba é responsável por 8 delas. Todas muito bem orquestradas para criar o clima necessário ao impeachment. Denúncias sobre suposta obstrução da Justiça (delação de Delcídio), caixa 2 na campanha de reeleição (inquérito contra João Santana) e a investida contra Lula (condução coercitiva, vazamento de conversa com Dilma e impedimento de assumir a Casa Civil) levaram Dilma e Lula para o olho do furacão, e colocou a legitimidade da presidente eleita em xeque.

O impacto do noticiário anti-PT foi tão grande que foi neste mês que a Folha registrou seu recorde de acessos no site, no mesmo dia em que Lula foi levado para depor no aeroporto de Congonhas.

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Abaixo, uma análise das principais manchetes produzidas ao longo de março de 2016 pela Folha (faça download da tabela em anexo para acessar cada reportagem):

A hora do show para Janot

Pela primeira tabela, é possível visualizar um momento de destaque para a equipe de Janot no primeiro semestre de 2016. 

O espetáculo se deu no começo de maio e aumentou em junho, com o vazamento da delação premiada de Sergio Machado, que atingiu em cheio a cúpula do PMDB. 

Os escândalos revelados - incluindo conversa entre Machado e Romero Jucá sobre o plano para tirar Dilma do poder e frear a Lava Jato - tiveram de disputar espaço com a votação do impeachment e seus desdobramentos e, por isso, o volume emplacado em termos de capas na Folha não foi tão grande em maio. Mas das 5 capas do mês, 4 foram de notícias subsidiadas pela delação de Machado à PGR.

Em junho, com Michel Temer já no cargo de presidente interino da República, o número de capas sobre a Lava Jato voltou a crescer: foram 8 (até o dia 25 de junho), sendo que 6 delas são fruto de trabalho do núcleo sob Janot. O próprio interino foi citado nas delações. Três ministros já cairam, e caciques do PSDB também foram atingidos, numa tentativa de Janot de mostrar isenção - um diferencial em relação a Curitiba, que continua mirando no PT com denúncias de caixa 2 nas campanhas presidenciais e favorecimento a Lula.

Comparação

Em última analise, é possível observar que a sanha do grupo de Curitiba para ocupar as páginas de jornais com periodicidade quase que diária é tão grande que faz parecer a "colaboração" da força-tarefa em Brasília pontual e relativamente tímida em relação a números.
 
Em relação ao peso do conteúdo dos vazamentos que ocorrem no andar de cima, contudo, a Lava Jato sob Janot já provou seu potencial com a dança das cadeiras no governo do interino Temer e com o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara.
 
O GGN analisa em próxima reportagem a Lava Jato ao longo de 2015, quando a PGR brilhou em dois momentos iniciais: com a lista de Janot e com as contas de Eduardo Cunha na Suíça.

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