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Mídia

Globonews dá áudio de “fora PT” e lê cartazes seletivamente

Cobertura da emissora dos protestos deste domingo não questiona, nem explica o motivo de um número substancialmente menor de pessoas ter ido às ruas, em comparação a março, mas libera o áudio dos protestos pedindo "fora PT" e "fora Dilma" e lê cartazes sobre impeachment; apresentador ignora, porém, cartaz em defesa da "mídia sob ataque" e que pede o golpe militar

Cobertura da emissora dos protestos deste domingo não questiona, nem explica o motivo de um número substancialmente menor de pessoas ter ido às ruas, em comparação a março, mas libera o áudio dos protestos pedindo "fora PT" e "fora Dilma" e lê cartazes sobre impeachment; apresentador ignora, porém, cartaz em defesa da "mídia sob ataque" e que pede o golpe militar (Foto: Gisele Federicce)
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247 – Uma análise da cobertura da Globonews feita pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, do Viomundo, observa que os apresentadores liberam os áudios dos manifestantes pedindo "fora PT" e "fora Dilma", algo nunca feito em protestos do MST ou contra governos tucanos, por exemplo.

Outro ponto destacado por Azenha é o da leitura dos cartazes ao vivo, do estúdio, em defesa do impeachment de Dilma Rousseff. O mesmo não foi feito com um cartaz que pedia a intervenção militar no País e ao mesmo tempo saia em defesa da Globo – "mídia sob ataque".

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A Globonews usou as palavras "tranquilidade" e "família" para descrever as manifestações. Leia abaixo o post de Azenha:

Globonews lê cartazes contra Dilma e pelo impeachment, mas não a faixa que defende ao mesmo tempo a Globo e o golpe militar

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por Luiz Carlos Azenha

Do ponto-de-vista numérico, as manifestações do 12 de abril foram um tremendo fracasso.

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Segundo o UOL, do diário conservador Folha de S. Paulo, eram 52 mil pessoas em todo o Brasil às 14 horas.

No entanto, na Globonews, das Organizações Globo, os protestos foram um tremendo sucesso.

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"Tranquilidade", "família", "verde-amarelo" e outras descrições anódinas marcaram a descrição feitas pelos repórteres da emissora, que se misturaram aos manifestantes.

Nunca antes na História deste País a Globo tinha feito o que vem fazendo: ir a uma manifestação, ler de forma seletiva os cartazes e permitir que o som natural vaze na transmissão, com gente gritando "Fora Dilma", "Fora PT" e outras palavras de ordem.

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Vocês já viram a Globo fazer isso num protesto do MST ou contra o tucano Geraldo Alckmin? Jamais.

É óbvio que a notícia do dia, de que as manifestações fracassaram do ponto-de-vista numérico, não dominou a cobertura. Por que fracassaram? Cansaço? Indiferença? Dissensão interna? A Globonews simplesmente se esqueceu da verdadeira tarefa do jornalismo, que é esclarecer.

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A certa altura, uma repórter em São Paulo fez referência ao fato de que os diferentes carros de som na Paulista utilizavam diferentes palavras de ordem. Mas, ficou nisso. Não entrou em detalhes. Por motivos óbvios: alguns destes carros de som pedem intervenção militar, o que não se enquadra no que a Globo acha aceitável mostrar aos que estão em casa.

A Globo não leu, por exemplo, a faixa que aparece acima, fotografada pelo Leandro Prazeres, do UOL, em Brasília.

Notem o detalhe: além de pregar o golpe, a faixa assume a defesa da Globo (no canto inferior direito) com a frase "a mídia sob ataque".

Globo e golpe militar, tudo a ver!

Ainda que involuntariamente, no entanto, a Globonews acabou mostrando a intolerância que foi a marca do 15 de março e esteve de volta hoje, nas ruas: em Copacabana, um homem de camisa vermelha foi perseguido por manifestantes e teve de sair escoltado pela Polícia Militar.

É isso mesmo: um homem de camisa vermelha, aparentemente com uma grife no peito, sem qualquer relação com o PT ou com algum partido comunista.

Um simples homem de camisa vermelha, cujo cerco resume o que a Globonews não mostrou: "intolerância" e "golpismo" andaram juntos com "tranquilidade" e "família".

PS do Viomundo: A Globonews faz mais que cobrir o evento, faz a convocação de quem está em casa ao enfatizar a todo o momento que "tem mais gente chegando", "famílias inteiras", etc.

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