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Herança neoliberal erodiu princípios democráticos

O advogado Ricardo Gebrim afirma que estamos ainda em plena herança da onda neoliberal que se popularizou mundo afora nos anos 90; para ele, essa onda destruiu os mecanismos nacionais que protegiam a soberania econômica e estabeleceu uma dominação absoluta do capital financeiro internacional; ele acrescenta que "com estados nacionais esvaziados pelas privatizações, rígidas regras de submissão ao mercado financeiro asseguradas nas legislações e economias incapazes de gerar postos de trabalho, foram reduzidos ainda mais os estreitos limites do sistema político que herdamos da ditadura militar"

Herança neoliberal erodiu princípios democráticos (Foto: Roberto Parizotti/ CUT)
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Do Brasil de Fato - Os anos de neoliberalismo na década de 1990 deixaram marcas profundas em nosso continente. 

Ao destruir os mecanismos nacionais que protegiam a soberania econômica e estabelecendo uma dominação absoluta do capital financeiro internacional, os governos neoliberais promoveram gigantescas transferências de recursos para os grandes grupos imperialistas. 

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Com estados nacionais esvaziados pelas privatizações, rígidas regras de submissão ao mercado financeiro asseguradas nas legislações e economias incapazes de gerar postos de trabalho, foram reduzidos ainda mais os estreitos limites do sistema político que herdamos da ditadura militar.

A dependência foi cristalizada por instrumentos jurídicos que blindaram tal situação. Qualquer decisão de um estado nacional somente consegue subsistir quando avalizada pelo sistema financeiro nacional e internacional. 

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Desde então, cada vez mais, os verdadeiros centros de poder são deslocados para organismos com fachada “multilateral” como o FMI, Banco Mundial, OMC e agências controladas pelo mercado.

Esta situação confere ao projeto dominante uma enorme capacidade de controle e chantagem, combinando a possibilidade de fuga de capitais e investimentos, pressões especulativas e interferência crescente na legislação e práticas administrativas. 

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Com recursos financeiros limitados, rígido controle dos agentes internacionais (eufemismo para os braços políticos dos monopólios) e possibilidades legislativas restritas, pouco restou daquele aparato administrativo que constituía o estado nacional ao longo do virtuoso ciclo desenvolvimentista, entre 1930 e 1980.

O golpe de 2016 proporciona uma segunda ofensiva neoliberal. E não podemos subestimar que um de seus propósitos centrais é esvaziar ainda mais a margem de decisões políticas sujeitas à escolha democrática. 

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Não é casual o desmonte das ferramentas indutoras do desenvolvimento, como a Petrobras e o BNDES, os limites de gastos determinados pela Emenda Constitucional 95 e um amplo conjunto de medidas implementadas pelo golpe que reduzem a governabilidade e tornam o presidente da república ainda mais refém do Congresso Nacional e do Poder Judiciário. 

Os atuais golpes querem que as margens de decisão política se tornem cada vez mais estreitas e definitivamente só possam ser exercidas se não afetarem as bases determinantes da política e economia. 

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Estados fracos e aprisionados para blindar o neoliberalismo. Seu objetivo é reverter e inviabilizar as alianças de classe e os projetos de desenvolvimento nacional e regional que viabilizaram e marcaram os governos progressistas em nosso continente, perceptível na natureza das medidas que constam em seus respectivos programas.

Recordemos que o desmonte das bases estruturais da nação coincide com um momento em que se vive um salto tecnológico (chamado por alguns de quarta revolução industrial), agravando ainda mais o deficit da possibilidade de retomada do desenvolvimento econômico.

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As pesquisas do IBGE comprovam que estamos diante de um acelerado processo de substituição da produção nacional por "empresas maquiladoras", um processo que gera uma difícil reversão, na medida em que a defasagem tecnológica vai se ampliando com o tempo e dificultando a recuperação mesmo que se conte com poderosos estímulos de investimento estatal.

A história das lutas democráticas se confundem, ao longo dos últimos séculos, com processos que procuram reduzi-las e castrá-las. A estratégia que conduz as forças golpistas quer fechar ainda mais as portas dos limitados espaços democráticos. Este será o maior desafio na prolongada luta contra os efeitos do golpe.

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