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Le Monde: Bolsonaro faz o mínimo para vender em Davos um novo Brasil

Artigo publicado nesta terça-feira (22), no jornal francês Le Monde, avalia que o discurso do presidente brasileiro na abertura do Fórum Econômico Mundial, na terça-feira, não deve entrar para os anais, como os de alguns de seus predecessores; a autora é mais uma jornalista da imprensa internacional a apontar a pobreza do discurso de Bolsonaro; tradução é de Sylvie Giraud

Le Monde: Bolsonaro faz o mínimo para vender em Davos um novo Brasil (Foto: World Economic Forum / Christian Clavadetsche)
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247, por Marie de Vergès, no Le Monde - O que vai ficar do primeiro discurso internacional de Jair Bolsonaro, o recém-eleito presidente do Brasil? Convidado a falar na abertura do 49º Fórum Econômico Mundial na terça-feira, 22 de janeiro, em Davos (Suíça), o líder se contentou com o mínimo: uma apresentação concluída em menos de quinze minutos e ainda pontuada de um convite para vir "descobrir" o Brasil, suas praias e sua floresta amazônica ...

O novo homem forte do Brasil reservara para a estação dos Grisões sua primeira viagem ao exterior. Apelidado de "Trump dos trópicos" por seu discurso populista envolto de liberalismo, Bolsonaro despertou certa curiosidade. Um interesse reforçado pelas deserções de outros grandes nomes, como o presidente dos EUA, Donald Trump, Emmanuel Macron ou a primeira-ministra britânica Theresa May, demasiado ocupados em administrar crises nacionais para viajar aos Alpes suíços.

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Sem surpresa, o presidente brasileiro esforçou-se em vender aos investidores estrangeiros um "novo Brasil". "Nós gozamos da credibilidade que precisamos para realizar as reformas que o mundo espera de nós", disse ele em tom marcial, antes de listar, enquanto enumerava rapidamente as promessas econômicas de sua campanha que lhe trouxeram a simpatia do empresariado brasileiro: reforma previdenciária, redução da carga tributária, redução de barreiras regulatórias, redução do Estado ...

"Investir pesadamente em segurança"

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O ex-militar também estava ansioso para oferecer um discurso compatível com as expectativas de uma audiência que se expressará sobre as conseqüências do aquecimento global em inúmeros painéis. Assim, a saída encontrada para seu já famigerado ceticismo climático, como alguns já esperavam foi: "Somos o país que mais preserva o meio ambiente", argumentou, antes de insistir, em oposição total com suas declarações de campanha, que a questão estava "em sintonia com o desenvolvimento econômico".

Sem desgrudar o olhar de suas fichas trazidas ao palco por um ajudante de campo, o presidente brasileiro esquivou-se das perguntas que lhe foram feitas pelo organizador do Fórum, Klaus Schwab, omitindo detalhes de suas próximas reformas, correndo assim o risco de alimentar a opinião corrente sobre o amadorismo do ex-capitão de infantaria que um dia confessou "nada entender sobre economia". Como para compensar, ele citou as figuras de proa de seu governo: o ex-juiz anticorrupção Sergio Moro, nomeado para o Ministério da Justiça. Mas também Paulo Guedes, o ministro liberal de economia formado na Universidade de Chicago, graças ao qual Bolsonaro se tornou a coqueluche dos mercados.

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Quanto ao resto, fiel ao seu credo conservador, o líder prometeu "investir pesadamente em segurança" e "defender a família, os verdadeiros direitos humanos, a vida". E embora tenha declarado que governaria sem viés ideológico, Bolsonaro criticou duramente os governos de esquerda na América que "não são bons para o continente e não são bons para o mundo".

Fracamente aplaudido por um salão lotado, Bolsonaro não deve marcar os anais do Fórum de Davos como alguns de seus antecessores, como o presidente chinês Xi Jinping e sua defesa da globalização, em 2017. "Ele se contentou em dizer as coisas que poderiam agradar a esse público, sem correr muito risco", disse Nariman Behravesh, economista-chefe da IHS Markit e familiarizado com o Fórum.

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Tradução de Sylvie Giraud

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