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Le Monde destaca fracasso de Bolsonaro

Em editorial, o jornal francês Le Monde afirma que, "três meses após assumir cargo, dirigindo-se apenas ao seu eleitorado mais radical e esquecendo-se do resto do país - que por sua vez enfrenta imensos desafios -, presidente brasileiro parece não ter consciência do seu grau de responsabilidade"

Le Monde destaca fracasso de Bolsonaro (Foto: Antonio Cruz - ABR)
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247 - Em editorial, o jornal francês Le Monde afirma, segundo tradução de Sylvie Giraud, que, "três meses após assumir cargo, dirigindo-se apenas ao seu eleitorado mais radical e esquecendo-se do resto do país - que por sua vez enfrenta imensos desafios -, presidente brasileiro parece não ter consciência do seu grau de responsabilidade".

"Foram suficientes apenas cem dias para que os brasileiros percebessem que o militar, que uma maioria havia levado ao poder, não seria o tão esperado "salvador da pátria". Após um trimestre caótico no comando do país, Jair Bolsonaro, eleito em outubro de 2018, vê seu nível de aprovação despencar. Com 32% de opiniões favoráveis, o ex-capitão do exército recebe a pior pontuação de um presidente em início de mandato, menor do que a dos seus inimigos declarados da esquerda, Lula e Dilma Rousseff, mas também inferior à de Fernando Collor, destituído dois anos apenas após sua posse em 1990".

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De acordo com o texto, "após trinta anos como deputado, cargo no qual ganhou fama mais por sua grosseria e suas provocações do que por seu trabalho legislativo, Jair Bolsonaro não parece estar ciente de suas responsabilidades".

"Longe de congregar um país fraturado desde a destituição de Dilma Rousseff em 2016, ao longo das últimas semanas o chefe de Estado se comportou como se ainda estivesse em campanha. Denunciando os 'esquerdistas', perseguindo o 'marxismo cultural' que teria tomado o país ou criticando a pseudo 'teoria do gênero' que colocaria em risco 'a inocência das crianças', ele tem levado em conta somente seu eleitorado mais radical esquecendo-se do resto do país, que ainda enfrenta desafios colossais".

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Segundo o texto, enquanto os ministros de Bolsonaro "multiplicam os comunicados seguidos de recuos quase que simultâneos, o sexagenário, apoiado por seus filhos - onipresentes nas mais altas esferas do governo sem ter qualquer função oficial - governa com tweets e vive no Facebook. Apelidado de "Trump dos trópicos", Jair Bolsonaro, com seu desprezo do politicamente correto, vem corroborando as semelhanças com seu modelo americano".

"Mas, se Donald Trump pode gabar-se de resultados econômicos a priori lisonjeiros, no Brasil, as esperanças da comunidade empresarial que contava com uma rápida recuperação da economia receberam um belo balde de água fria. O crescimento tarda a decolar, a taxa de desemprego continua alta, o déficit e a dívida pública continuam se agravando. As atitudes no mínimo contestáveis e as declarações impetuosas e perturbadoras que florearam sua campanha, foram toleradas pelos mercados financeiros apenas na esperança cínica de que sua eleição viria 'limpar' a economia brasileira. Sua incompetência nesse quesito os toma de surpresa".

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Sabotador de sua própria política

O jornal diz que, "em um trimestre, apenas um quinto das metas do governo para o período foram atingidas". "Um dos projetos emblemáticos deste mandato, a saber, a rápida implementação da reforma da previdência destinada a aliviar as finanças públicas, parece não sair do papel. Não encontrando obstáculos por parte de uma oposição que se tornou inexistente, o projeto do ministro da Economia, Paulo Guedes, parece encontrar seu maior empecilho em Jair Bolsonaro. Sabotador de sua própria política, o chefe de Estado se esmerou na ofensa ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, homem-chave para a adoção dessa reforma no Congresso".

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"Na educação, no meio ambiente ou na luta contra a corrupção, o fiasco é igualmente patente. Além de uma ideologia obsoleta e mefítica em certos aspectos, Jair Bolsonaro dá a impressão de não ter ideia sobre a maneira concreta de governar o país. O próprio presidente reconheceu seu fracasso. 'Desculpem as caneladas, não nasci para ser presidente, nasci para ser militar', confessou em 5 de abril. Quando se sabe que ele entrou para a reserva do exército aos 33 anos após um julgamento por indisciplina, o mea culpa não é nem um pouco tranquilizador. Além das bravatas de um oficial de reserva, os brasileiros estão à espera de resultados".

 

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