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Mídia

Medalhões da mídia defendem a Folha e são hostilizados

O anúncio feito pelo presidente eleito Jair Bolsonaro de que a Folha de S. Paulo não terá mais publicidade oficial, por supostamente difundir 'fake news', despertou uma onda de solidariedade de profissionais da imprensa, mas a resposta nas redes sociais foi negativa para o jornal; de um lado, os bolsonaristas dizem que Bolsonaro não atacou a liberdade de expressão; de outro, o campo progressista lembra da atuação da Folha na defesa do golpe contra a presidente Dilma Rousseff; o mundo atual parece muito mais hostil para os meios de comunicação tradicionais

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247 – Assim que assumiu a presidência da República, após conspirar contra a presidente Dilma Rousseff e adotar a agenda econômica das forças políticas que foram derrotadas nas eleições presidenciais de 2014, Michel Temer tomou como uma de suas primeiras decisões a quebra da política de mídia técnica da Secretaria de Comunicação Social, a Secom, que previa que os recursos de publicidade oficial, usados em campanhas de educação e saúde, por exemplo, fossem distribuídos de acordo com a audiência de cada veículo de comunicação.

Na era Temer, a publicidade oficial se transformou em instrumento de compra de apoio político. Veículos alinhados com a agenda econômica do golpe – como a reforma trabalhista e da Previdência – teriam acesso aos recursos públicos. Aqueles que fosse considerados "inimigos do regime" seriam vetados. Tal decisão foi amplamente noticiada à época – em especial pela Folha de S. Paulo (relembre aqui). Sites progressistas, como Brasil 247, DCM, Fórum e GGN, entraram na lista negra, mesmo contando com forte audiência.

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Nesta semana, o presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou que pretende radicalizar na política de Temer no tocante à mídia. O capitão reformado escolheu como seu primeiro alvo a Folha e, em pleno Jornal Nacional, disse que o jornal não terá acesso a recursos públicos, porque distribui "notícias falsas" – ou seja, as notícias que o desagradam. Antes disso, Bolsonaro já havia anunciado também que cortaria recursos da Globo e, ao que tudo indica, sua política de comunicação deverá privilegiar veículos alinhados, como Record, Band e Jovem Pan.

Prestes a perder os recursos da publicidade oficial, a Folha tem recebido uma onda de solidariedade de vários profissionais da imprensa. Segundo Alex Solnik, colunista do 247, as ameaças à Folha são voltadas à toda a imprensa (leia aqui). "A imprensa livre é fundamento da Democracia. A @folha de São Paulo é patrimônio dos brasileiros que cultuam a inteligência e os direitos da cidadania", afirma Chico Pinheiro, da Globo. "Informação independente contra a marcha fascistoide #assineaFolha @folha", postou Reinaldo Azevedo, pedindo assinaturas em suas redes sociais. "Você acha que ok o uso discricionário de verba pública por qualquer governante para veículos dos quais gosta então vá em frente, amigo. Não tenho como argumentar diante disso", escreveu Vera Magalhães, do Estado de S. Paulo, respondendo a um internauta que lembrava que Bolsonaro não atacou a liberdade de expressão, mas apenas a distribuição de recursos à Folha.

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O que todos esses jornalistas tiveram como resposta aos seus tweets foi surpreendente. Majoritariamente, a Folha foi condenada por bolsonaristas que, certos ou não, consideram o jornal tendencioso e não vêem mal no corte de recursos publicitários. Por outro lado, leitores progressistas lembraram que a Folha não mereceria assinaturas por ter apoiado o golpe contra Dilma e a prisão ilegal de Lula, abrindo caminho para a ascensão do bolsonarismo.

A posição mais sensata foi a do jornalista Mario Magalhães. "O ataque de Bolsonaro à @folha é típico de inimigos da liberdade de imprensa e da democracia. Precisa ser repudiado. Isso não me impede de lamentar que o jornal proíba, em texto noticioso, o termo 'extrema direita' para designar o campo político do deputado (escrevem 'direita')", escreveu. Vítima de Bolsonaro, a Folha, de certa forma, é co-responsável por sua ascensão e poderá sentir saudades da política de mídia técnica que vigia no governo da presidente legítima do Brasil, Dilma Rousseff.

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