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Mídia

O monstro de olhos verdes hoje mora no Facebook

Ciúme é humano - uma reação a uma ameaça, seja ela real ou imaginária. Então como suprimi-lo se há cada vez mais ameaças e a mesma humanidade de sempre?

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Dia desses acordei pensando em como a vida da gente, hoje, tem um envólucro de logins, chats, contas de e-mail e aplicativos, e de como é difícil lidar com tantas possibilidades de interação com um mundo de pessoas, linguagens, personalidades, nacionalidades, e temperamentos, sem fazer muita força.

Naquele meu já conhecido jeito Calvin de dar continuidade aos meus pensamentos, fui em frente:

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"As pessoas devem estar menos ciumentas, pois com todos esses estímulos que antes não existiam, elas vão enlouquecer de insegurança e ciúme se não mudarem. Vai rolar uma evolução da espécie - humanos nascendo a cada geração com menos ciúme.Pode apostar!"

Saí de casa. Fui andar a pé. E continuei:

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"Peraí, se o ciúme estivesse darwinistamente diminuindo, não teríamos tantas separações, brigas nem crimes passionais. Isso tudo só cresce. Fato."

Sim, crimes passionais crescem objetivamente e com percentuais bem altos. Casamentos e outros relacionamentos vem acabando cada vez mais, por conta das redes sociais, em especial o Facebook. Nos Estados Unidos, há advogados que, ao darem início ao processo judicial de separação de um casal, solicitam o acesso às páginas do cônjuge no Facebook para anexar aos autos do processo. Ahn? Imaginem se alguém nos contasse isso há 15 anos atrás? Somente 15. Vocês acreditariam?

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O tempo foi passando e eu, obsessivamente, continuei pensando nessa história de tecnologia nos relacionamentos x ciúme.
Ciúme é humano - uma reação a uma ameaça, seja ela real ou imaginária. Então como suprimi-lo se há cada vez mais ameaças e a mesma humanidade de sempre?

Já tinha caminhado umas boas quadras, quando me dei conta de que, se o ciúme é a anti-razão, tal qual o nosso instinto sexual, como coibi-lo ou justificá-lo? E se, ao contrário de um simples impulso, ele pode porventura ser racionalizado, como eliminá-lo diante de tantas possibilidades de perda?

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Nossa, já tava chegando ao final da minha caminhada quando percebi que, mesmo que andasse muitas milhas, não acharia uma lógica qualquer para tal equação.

Não, ciúme não é herança cultural. Isso eu elimino da minha lista de suposições mentais. É defesa, emoção. Mal trabalhada? Talvez. Déficit do sistema de defesas do organismo? Um imunologista tem chance de responder. É uma expressão (verbal ou não) racional de suposições, suspeitas e probabilidades? Hmm. Não sei se isso é ciúme ou só observação de fatos e atitudes. Juro, não sei.

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O que eu sei é que os fatores desencadeantes do ciúme continuam aí. E que, obviamente, esse sentimento não diminuiu como a minha primeira suposição de lógica dizia.

O monstro de olhos verdes continua torturando a Humanidade e, segundo Cervantes, é ele, esse monstro do Shakespeare, que aumenta a glória, o brilho e a chama do amor. Aumenta mesmo? Vou continuar caminhando.

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Ciúme é sentimento universal, presente em todos os povos e raças, mesmo que com manifestações diferentes. Ciúme genético. Ciúme evolutivo (involutivo?). Ciúme tecnológico. Sempre ciúme.

Que o diga Mark Zuckerberg, que gostava de brincar com as ferramentas do seu Facebook relacionando padrões de relacionamento, monitorando casais e conseguindo detectar com precisão quando eles iam terminar o relacionamento e com que outras pessoas eles iam ficar (provavelmente os novos elementos estavam no Facebook também!), observando o chat, as fotos marcadas ou que perfis as pessoas mais visitam.

Com toda a certeza, Zuckerberg deve ter um indicador de ciúme entre seus brinquedos-ferramentas de sua rede social e, definitivamente, ele não é um monstro de olhos verdes como viu nosso gênio inglês.

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