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Mídia

PML: caçada a blogueiros é tentativa autoritária

Colunista da Istoé Paulo Moreira Leite diz que a "caçada a blogueiros iniciada com a investigação sobre um suposto 'bunker' do PT na prefeitura de Guarulhos” é uma "tentativa autoritária de silenciar vozes que divergem do monopólio político da mídia": “Quem impede o debate sobre a democratização dos meios de comunicação força o jogo na sombra de verbas públicas”

Colunista da Istoé Paulo Moreira Leite diz que a "caçada a blogueiros iniciada com a investigação sobre um suposto 'bunker' do PT na prefeitura de Guarulhos” é uma "tentativa autoritária de silenciar vozes que divergem do monopólio político da mídia": “Quem impede o debate sobre a democratização dos meios de comunicação força o jogo na sombra de verbas públicas” (Foto: Roberta Namour)
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247 – O colunista da Istoé Paulo Moreira Leite sai em defesa dos blogueiros na “caçada iniciada com a investigação sobre um suposto 'bunker' do PT na prefeitura de Guarulhos”. Segundo ele, trata-se de uma tentativa autoritária de silenciar vozes que divergem do monopólio político da mídia. Leia:

CAÇANDO BLOGUEIROS

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Quem impede o debate sobre a democratização dos meios de comunicação força o jogo na sombra de verbas públicas

Vamos falar da substância das coisas. A caçada a blogueiros simpáticos às conquistas criadas no país depois da posse de Lula, em 2003, iniciada com a investigação sobre um suposto “bunker” do PT na prefeitura de Guarulhos, deve ser visto como aquilo que é.

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Uma tentativa autoritária de silenciar vozes que divergem do monopólio político da mídia.

Sei que essa frase parece panfleto esquerdista mas não é.

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Num país onde 141 milhões de eleitores foram transformados em reserva de mercado de uma midia monopolizada pelo pensamento conservador, a internet tornou-se um espaço de resistência de uma sociedadde contraditória e diversificada. Todo mundo – direita, esquerda, centro, nada, tudo, xixi, cocô – está ali.

Vamos combinar. Hipocrisia demais não funciona. Truculência também não.

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Até para ter um pouco de credibilidade, sem traços claros de ação eleitoral, a denúncia contra bloqueiros deveria ser acompanhada pela exposição pública da contabilidade dos grupos de mídia que loteiam cada minuto de sua programação e cada centímetro quadrado de suas páginas com milionárias verbas de publicidade federal, estatual, municipal – sem falar em empresas estatais.

Estamos falando de serviços de mendicância publicitária, de caráter milionário.

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Seguido o método empregado em Guarulhos, seria didático exibir cada cifrão ao lado de cada pacotão de texto e fotos, concorda? Teriamos bom circo por meses e meses.

Tentar criminalizar blogueiros pela denuncia de gastos públicos – uns caraminguás, pelos padrões de mercado -- é um esforço que apenas trái uma visão contrária à liberdade de imprensa, típica de quem não aceita diversidade nem contraponto, mas apenas elogios e submissão. É o pensamento único em método linha dura e capa de falso moralismo. Apesar do escândalo, é uma denuncia verbal-investigativa. Nada se provou de ilegal.

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Nós sabemos qual é a questão de fundo.

Enquanto não se aceitar o debate sobre democratização dos meios de comunicação, que poderia permitir uma discussão pública, às claras, expondo imensos interesses econômico e politicos em conflito, como se fez em vários países avançados do capitalismo, o jogo nas sombras será inevitável. Isso porque as pessoas precisam receber informações, falar, conversar, dar opiniões. Elas concordam, discordam, rejeitam e querem mais.

Não adianta adiar a chegada de um novo grau de democracia e civilização. Ela transborda. Na agonia do regime de 1964, quando a imprensa amiga dos generais chegava a proteger a ditadura por todos os meios -- inclusive derrotas eleitorais eram transformadas em vitória -- os governadores de oposição financiavam nova publicações, sem ranço e sem compromentimento.

Enquanto isso, até jornais alternativos, de faturamento menor do que a quitanda da esquina, eram alvo de uma devassa permanente por parte da ditadura. Empresários privados eram pressionados a saber quem ajudar -- e a quem negar ajuda.

Aparelhismo?

Os últimos anos mostraram – e os blogueiros expressam isso -- que o país não cabe nos limites mentais, políticos, culturais, do ideário conservador. Quer mais, quer diferente e por três vezes disse isso nas urnas. A internet e os blogueiros expressam isso.

Têm este direito.

Alguma dúvida?

Este é o debate.

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