Reinaldo usa "livro bomba" em defesa de tucanos
"Atenção! Ainda que o inquérito seja sigiloso — a despeito dos vazamentos —, sabe-se que não traz absolutamente nada contra as autoridades tucanas, a não ser a acusação feita pelo ex-diretor da Siemens, que depois negou ser o autor das acusações", diz o blogueiro de Veja.com; capa de hoje da Folha, no entanto, revela que Everton Rheinrheimer fez novo depoimento e confirmou pagamentos de propinas a secretários graúdos do governo de São Paulo; segundo Reinaldo, inquérito do chamado "propinoduto tucano" faz parte da mesma engrenagem denunciada por Romeu Tuma Júnior em seu livro "Assassinato de Reputações"; era essa a finalidade do livro?

247 - Em maio deste ano, o livro com as memórias do delegado Romeu Tuma Júnior já estava pronto. Foi anunciado pelo portal Consultor Jurídico e repercutido, de forma discreta, no site de Reinaldo Azevedo. O blogueiro de Veja destacava como aspecto principal da obra como teriam sido supostamente grampeados telefones de ministros do Supremo Tribunal Federal (leia aqui).
Naquele momento, a obra de Tuma Júnior ainda não era classificada por Veja como "livro bomba". E dizia-se que seria lançada "nas próximas semanas".
No entanto, batizado como "Assassinato de reputações: um crime de Estado", o livro só saiu sete meses depois, agora em dezembro. E já se presta a uma finalidade: desqualificar as investigações sobre personagens graúdos do PSDB, que estariam conectados ao chamado propinoduto dos trens.
O primeiro a conectar o livro de Tuma Júnior à defesa dos tucanos é o suspeito de sempre: Reinaldo Azevedo, de Veja.com. Segundo ele, a investigação sobre as propinas pagas por empresas como Siemens e Alstom fazem parte da máquina de moer reputações do PT denunciada por Tuminha. "Atenção! Ainda que o inquérito seja sigiloso — a despeito dos vazamentos —, sabe-se que não traz absolutamente nada contra as autoridades tucanas, a não ser a acusação feita pelo ex-diretor da Siemens, que depois negou ser o autor das acusações", diz o blogueiro de Veja.com, em texto publicado nesta quarta-feira (leia aqui).
No entanto, a manchete de hoje da Folha de S. Paulo, que, segundo a ombudsman Suzana Singer, vinha perdendo a guerra com o concorrente Estado de S. Paulo, vai na direção contrária. Segundo a Folha, Rheinrheimer prestou novo depoimento e voltou a acusar secretários do governo Geraldo Alckmin de recebimento de propinas. Entre eles, Edson Aparecido, da Casa Civil.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEPode até ter sido coincidência, mas a chegada do livro de Tuminha ocorre num momento providencial para o PSDB e se presta à linha de defesa de políticos do PSDB e de seus escudeiros nos meios de comunicação.
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