Sakamoto: 25 anos da chacina da Candelária e o Brasil parece indiferente ao seu passado de violência
“No dia em que a Chacina da Candelária completou 25 anos, encontramos seres vociferando, nas redes sociais, que as crianças ‘morreram porque mereceram’'', diz o jornalista Leonardo Sakamoto; o ponto de sua reflexão é: antigamente, o Brasil parecia ao menos se chocar com a violência explícita e institucional; hoje, nem isso
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247 – “No dia em que a Chacina da Candelária completou 25 anos, encontramos seres vociferando, nas redes sociais, que as crianças ‘morreram porque mereceram’'', diz o jornalista Leonardo Sakamoto. O ponto de sua reflexão é: antigamente, o Brasil parecia ao menos se chocar com a violência explícita e institucional. Hoje, nem isso.
Leia trechos do artigo do jornalista:
“Chacinas, urbanas e rurais, como aquela, são um servicinho sujo que parte da sociedade deseja em seus sonhos mais íntimos. Uma ‘limpeza social' das 'classes perigosas' e dos 'entraves para o progresso'. Não é que a nossa sociedade não consegue apontar e condenar os culpados por todas elas como deveria, o que ajudaria a frear essa loucura. Ela simplesmente não faz questão. Porque, como já disse aqui, não suportaria um espelho no banco dos réus.
Mais de 50 crianças e adolescentes em situação de rua costumavam dormir na praça da Igreja da Candelária, região central do Rio de Janeiro. Na madrugada de 23 de julho de 1993, policiais militares, em horário de folga, atiraram contra nove deles, com idades entre 11 e 20 anos. Dos atingidos, apenas um sobreviveu. Sete homens chegaram a ser acusados pela chacina. Três foram absolvidos e quatro, todos policiais, foram condenados. Foram para a cadeia até que um foi indultado e outro teve a pena extinta. O terceiro está foragido.”
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