Sakamoto: general chama torturador de “herói”. Defender a tortura seria mais honesto
"Em seu discurso de aposentadoria o general Antonio Hamilton Mourão chamou de 'herói' o açougueiro Carlos Brilhante Ustra, falecido coronel e ex-chefe de um dos principais centros de repressão da ditadura, em São Paulo, acusado de desaparecimentos e mortes de presos políticos", diz o jornalista Leonardo Sakamoto. ninguém explicou "que sob a justificativa de lutar contra o 'mal', parte daqueles que se autointitulam 'mocinhos' tem adotado os mesmos métodos dos bandidos"
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247 - "Em seu discurso de aposentadoria, nesta quarta (28), o general Antonio Hamilton Mourão chamou de 'herói' o açougueiro Carlos Brilhante Ustra, falecido coronel e ex-chefe de um dos principais centros de repressão da ditadura, em São Paulo, acusado de desaparecimentos e mortes de presos políticos", diz o jornalista Leonardo Sakamoto. "Chegou a ser declarado pela Justiça como responsável por casos de tortura e também condenado a pagar indenização por conta da morte do jornalista Luiz Eduardo Merlino".
De acordo com o blogueiro, "o passamento de Ustra, em liberdade no ano de 2015, é um atestado de nossa incompetência por não termos conseguido levar esse arauto do retrocesso a ser responsabilizado legalmente por tudo aquilo que fez". "Mourão, agora na reserva, não foi o primeiro. Políticos, como o deputado federal Jair Bolsonaro e o então vereador Agnaldo Timóteo, já prestaram homenagens públicas a Brilhante Ustra", continua.
"Certamente o finado chefe do DOI-Codi não é incensado por seus belos olhos ou pela forma pela qual fazia um guizado de frango ou jogava tranca. Mas por usar a violência como instrumento de ação estatal. O elogio a um notório torturador como Brilhante Ustra acaba sendo uma forma de defender em público a tortura que ele próprio cometia sem o risco de ser acusado legalmente de apologia ao crimes. Contudo, seria mais honesto e transparente se o general tivesse a defendido abertamente, como já fez o próprio deputado", acrescenta.
Segundo o jornalista, a justificativa é "a mesma usada dos Anos de Chumbo brasileiros ou nas prisões no Iraque e em Guantánamo, em Cuba: estamos em guerra". "Ninguém explicou, contudo, que sob a justificativa de lutar contra o 'mal', parte daqueles que se autointitulam 'mocinhos' tem adotado os mesmos métodos dos bandidos".
Leia a íntegra no Blog do Sakamoto
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