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Tijolaço: carta de Temer revela pequenez e adesão ao golpismo

Para o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, a carta do vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff revela "rancor e pequenez. E mais: sua adesão ao golpismo"; ele critica o silêncio do vice em relação à aceitação, por Eduardo Cunha, do processo de impeachment de Dilma; "Nenhuma palavra sobre a atitude mesquinha e chantagista de Eduardo Cunha, que está diante dos olhos de todo o país como uma chantagem e uma vingança sórdida. Desde o processo que levou este facínora à presidência da Câmara, o senhor calou-se", afirma

Para o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, a carta do vice-presidente Michel Temer à presidente Dilma Rousseff revela "rancor e pequenez. E mais: sua adesão ao golpismo"; ele critica o silêncio do vice em relação à aceitação, por Eduardo Cunha, do processo de impeachment de Dilma; "Nenhuma palavra sobre a atitude mesquinha e chantagista de Eduardo Cunha, que está diante dos olhos de todo o país como uma chantagem e uma vingança sórdida. Desde o processo que levou este facínora à presidência da Câmara, o senhor calou-se", afirma (Foto: Aquiles Lins)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - O vice-presidente Michel Temer escreveu à Presidenta Dilma Rousseff uma carta que foi publicada pelo Blog do Moreno, em O Globo.

Ela se inicia com uma frase em latim: "verba volant, scripta manent" – algo como "as palavras se esvaem, o escrito permanece".

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A cítara latina, porém, deriva de outra: "verba volant, exempla trahunt".

As palavras se esvaem, os exemplos arrastam.

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É mais ou menos o que o nosso povo pensa, ao dizer que é na hora da necessidade que se vê quem é amigo, mesmo. Se prefere em latim, " Amicum certum in re incerta cerni".

Li seu rosário de queixas, e é mesmo provável que possa ter razão em várias delas.

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Dilma não é propriamente uma mulher "macia", muito menos dada a rapapés e rasgações de seda.

Mas não estamos diante de uma discussão de divã, não é, Dr. Temer?

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Estamos diante de uma acusação criminal e, pior, diante de uma acusação criminal que vai ser resolvida politicamente, na Câmara e, se chegar lá, no Senado.

E de uma ameaça à ordem democrática e ao respeito ao resultado eleitoral, do qual o senhor é beneficiário.

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O que importa aqui é o que cada um faz, na prática, diante dela.

É inevitável que se pergunte, sendo o senhor o ex-professor de Direito que é, qual o julgamento moral sobre alguém que, apenas por não gostar do comportamento pessoal e até de uma eventual falta de delicadeza política, se dispõe a deixar que alguém seja condenado por uma acusação que sabe inverídica, apenas por suas mágoas e ressentimentos?

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O senhor fala "nos seus": Moreira Franco e Eliseu Padilha.

Abstraia-se o fato de serem dois políticos sem voto e que, no governo Fernando Henrique Cardoso, também era com os dois que o senhor se ocupava.

Nenhuma palavra sobre a atitude mesquinha e chantagista de Eduardo Cunha, que está diante dos olhos de todo o país como uma chantagem e uma vingança sórdida.

O senhor se cala.

E quem cala, consente. Qui tacet, consentire videtur, como gosta seu latim.

Ainda a velha língua tem mais: "Agentes et consentientes pari poena puniuntur", quem faz e quem consente, o mesmo castigo merecem.

Desde o processo que levou este facínora à presidência da Câmara, o senhor calou-se.

Aliás, mais que isso, o senhor o apoiou expressamente, em nome da mesma "unidade do PMDB" que agora invoca.

Embora "unidade do PMDB" já seja, em si, uma licença de má poesia, aceite-se.

Basta um cartesiano raciocínio para verificar-se que, se Cunha era "a unidade do PMDB" e não era o seu candidato, isso significa que sua opinião não unifica o PMDB.

Que dirá o país, como o senhor, vaidosamente, oferece-se a fazer.

E se era seu candidato, poupe-se todo este latim que o senhor tanto aprecia.

Cada palavra em sua carta, Dr. Temer, revela rancor e pequenez. E mais: sua adesão ao golpismo.

Voluntas pro facto reputatur, Dr. Temer, intenção faz a ação.

Em seu comportamento, sobram o latim e a pose, apenas.

Falta o caráter.

Porque, senhor Vice-Presidente, veritatis simplex oratio: a verdade dispensa enfeites.

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