Tijolaço: delação de Valério tem cara de “missa encomendada”
"Tudo é muito estranho, porque é improvável que, em três ou quatro meses, preso, Valério possa ter obtido provas que faltariam e, por isso, levaram o MP a recusar o acordo. O que terá sido determinante para que a PF, em tese sobrecarregada, fosse atrás do carequinha com uma 'proposta irrecusável'?", questiona o jornalista Fernando Brito, sobre a delação de Marcos Valério que vinha há meses sendo recusada pelo Ministério Público e foi fechada pela PF; o empresário promete entregar tucanos
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Por Fernando Brito, do Tijolaço
Os jornais noticiam que a Polícia Federal “fechou” um acordo de delação premiada com o publicitário Marcos Valério, preso há cinco anos, de uma pena total de 40 anos.
O curioso é que Valério, como todo preso, quer há vários anos fazer um acordo de delação. Em fevereiro deste ano prestou uma série de depoimentos ao Ministério Público de Minas Gerais e neles, segundo os jornais, relatava propinas nos dois primeiros anos de governo de Lula (nos Correios) e no Banco do Brasil, durante o governo FHC. Teria falado também de fartas negociatas com os tucanos de Minas (a começar por Aécio Neves) e negócios do PSDB com o Banco Rural, o mesmo acusado de praticar irregularidades com o PT.
De repente, a Polícia Federal aparece e toma para si o acordo que o MP recusou e, rapidamente, o conclui, inclusive com a transferência do preso para uma unidade prisional mais suave.
O acordo já estaria, inclusive, com o Supremo Tribunal Federal, para homologação, porque Aécio tem foro privilegiado.
Tudo é muito estranho, porque é improvável que, em três ou quatro meses, preso, Valério possa ter obtido provas que faltariam e, por isso, levaram o MP a recusar o acordo.
O que terá sido determinante para a PF em tese sobrecarregadas, fosse atrás do carequinha com uma “proposta irrecusável”?
A ressurreição de Marcos Valério, a esta altura, tem toda a ponta de missa encomendada.
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