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Mídia

Tijolaço: FHC não fecha as portas ao golpe

Ao comentar a entrevista do ex-presidente à Folha, provavelmente a "milésima" do mês, como diz Fernando Brito, editor do blog Tijolaço, jornalista diz que essa "tem uma diferença das outras 999"; "Afora o ato falho de citar-se como candidato – que está mais para seus desejos que para uma estratégia – o que FHC deixa claro é que não fecha as portas para a aventura golpista e seus protagonistas"

Ao comentar a entrevista do ex-presidente à Folha, provavelmente a "milésima" do mês, como diz Fernando Brito, editor do blog Tijolaço, jornalista diz que essa "tem uma diferença das outras 999"; "Afora o ato falho de citar-se como candidato – que está mais para seus desejos que para uma estratégia – o que FHC deixa claro é que não fecha as portas para a aventura golpista e seus protagonistas" (Foto: Gisele Federicce)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço

A entrevista de Fernando Henrique Cardoso à Folha – acho que a milésima que ele concede no mês – tem uma diferença das outras 999.

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Lá no final, ainda que com a hipocrisia, o velho tributo do vício à virtude, ele abre seu pensamento:

"(...)vou dizer uma coisa arriscada: o Lula perde hoje. Hoje [se Dilma cai e fazem novas eleições], o Lula perde. Mas eu não penso eleitoralmente. Não vou dizer: 'Então vamos fazer o impeachment porque o Aécio [Neves] ganha, o Geraldo [Alckmin] ganha, ou eu ganho'. Tem que pensar o país. Não estou dizendo que nunca vai se chegar a tal ponto [do impeachment]. Não sei."

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Todo o resto da entrevista, da qual falo adiante, segue um roteiro, mas neste momento FHC teve um um arroubo de sinceridade, deixa sair – negando – a verdade.

Esta é a "conta" que sua mente faz: como chegar às eleições com um quadro que dê vantagem eleitoral aos tucanos e – de pasmar! – até a uma possível reencarnação do faraó das privatizações.

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Todo o restante é a construção do cenário que deseja: uma Dilma fraca, uma coitada, pagando pelos erros de Lula – o alvo real – que vai de muletas até o fim do mandato, conduzida pelo Ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

O primeiro psicanalista que você encontrar na esquina dirá, lendo a entrevista, que Fernando Henrique transpõe o passado para o presente e o enxerga como uma repetição do que se passou em seu segundo mandato, onde o papel de Levy era desempenhado pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga.

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Afora o ato falho de citar-se como candidato – que está mais para seus desejos que para uma estratégia – o que FHC deixa claro é que não fecha as portas para a aventura golpista e seus protagonistas:

Agora, quem está processando a Dilma por algo que ela fez? Não tem. Quer dizer que não venha a acontecer? Não sei. Estamos numa situação de ponto de interrogação. Dependemos do calor da rua, do avanço do processo judicial e da mídia.

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Mas sua aposta é aquela que se apontou: a ingovernabilidade, a paralisia de Dilma, amarada a uma política econômica de austeridade que lhe desgaste e mantenha "as ruas" em estado de agitação e enfraqueça Lula, mesmo que ele se mantenha afastado e até divergente disso.

O marechal do entreguismo é bom de estratégias. O que não o impede de, em certos momentos, ir ao armário, espanar a empoeirada faixa presidencial e devanear com as saudades do tempo em que existia.

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Alguém viu, nas furiosas marchas do dia 15, onde até o retorno da ditadura se pedia, algum cartaz dizendo "Volta, FHC"?

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