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Tijolaço: Homens que querem encarnar a lei não podem ser intocáveis

"O vezo autoritário que estes homens tomaram é incompatível com a democracia. Mesmo desqualificado este Congresso, os que o integram têm algo que a trinca do vídeo não teve: votos", critica o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, em crítica ao vídeo dos procuradores que condenam o projeto contra o abuso de autoridade; "Ter superpoderes, a quem os tem, implica em ter super-responsabilidades", lembra Brito

"O vezo autoritário que estes homens tomaram é incompatível com a democracia. Mesmo desqualificado este Congresso, os que o integram têm algo que a trinca do vídeo não teve: votos", critica o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, em crítica ao vídeo dos procuradores que condenam o projeto contra o abuso de autoridade; "Ter superpoderes, a quem os tem, implica em ter super-responsabilidades", lembra Brito (Foto: Gisele Federicce)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Os procuradores-star Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, da 'Força Tarefa "da Lava Jato, acompanhados de uma senhora que não tiveram a gentileza de identificar, estão divulgando nas redes sociais – e pedindo que seja compartilhado, na ilusão de criar um movimento de rejeição à votação do projeto contra o abuso de autoridade a ser votado no Senado.

Dizem que ele será "usado pelos investigados que têm poder para processar criminalmente e retaliar os investigadores."

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Parece que os doutores faltaram à aula de Direito em que se ensina que todos são responsáveis – criminalmente, inclusive – por seus atos e a exceção, que é explícita na Constituição, é para os parlamentares, por suas palavras e atos no exercício do mandato.

Não há, portanto, imunidade para policiais, procuradores e juízes.

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Então um policial, um procurador, um juiz, pode mandar, a mim ou a você, nos conduzir à força para depor, sem antes nos ter convocado para isso?

Pode nos expor publicamente, em rede nacional, como corruptos, sem ter provas sólidas do que diz?

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No serviço público, todos somos responsáveis pessoalmente por nossos atos. Quem libera um pagamento, por exemplo, sem que estejam cumpridas as formalidades para fazê-lo, tem de dar explicações aos órgãos de controle e responde pessoalmente sobre isso.

Os procuradores-star se esquecem de dizer, hipocritamente, que policial, juiz ou promotor serem processados criminalmente significa apenas colocar seus atos ao exame de outros procuradores e juízes, não condená-los.

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Se merecerem condenação, esta virá de suas próprias corporações: MP e Judiciário.

Quem duvidará que nisso, em geral, até haverá a atenuante do espírito corporativo?

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No vídeo, Dallagnol se refere à PEC 37, que deu superpoderes à Procuradoria.

Mas ter superpoderes, a quem os tem, implica em ter super-responsabilidades.

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Não é possível querer dispor da honra, da imagem, do destino, e até da liberdade de pessoas sem, ao mesmo tempo, não aceitar que isso represente responsabilidades extraordinárias.

E não se argumente que quem o faz é a "instituição", porque não é. A condição funcional permite – e até exige – que pratique atos e tome decisões que em momento algum são submetidas a qualquer crivo colegiado que pudesse dar ares corporativos ao que se faz .

Mas Dallagnol fala – e, ainda mais, quando em trinca – por esta novel instituição suprema da Nação, a "Lava Jato". E dá a uma ação que deveria ser funcional, estritamente legal, foros de ter posições políticas.

Todos temos este direito, claro, e a função pública não o amplifica, antes o reprime.

O Dr. Deltan é promotor de toda a sociedade, pago por toda ela. Não de uma parte, não de uma corrente, não de uma "convicção".

Os homens que querem encarnar a lei não podem ser, mais do que ela – que pode ser mudada pela vontade popular – intocáveis.

O vezo autoritário que estes homens tomaram é incompatível com a democracia.

Mesmo desqualificado este Congresso, os que o integram têm algo que a trinca do vídeo não teve: votos.

Embora, ao que pareça, pelo noticiário, o Dr. Deltan os queira ter agora, sob as asas de Marina Silva.

Talvez a companhia seja apropriada. Dizem ter compromissos com a "moral". E não têm nenhum compromisso com a vida real dos brasileiros.

Esta que se dane ante seus caprichos e sua "superioridade ética".

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