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Tijolaço põe em dúvida todas as pesquisas Datafolha

"De hoje em diante, frente a qualquer pesquisa Datafolha, o cidadão tem o direito de perguntar: as questões foram só estas? Vocês esconderam alguma coisa que não fosse 'jornalística'?", diz Fernando Brito, editor do Tijolaço, sobre o argumento de Sergio Dávila, editor da Folha, que afirmou não ter publicado que 62% dos brasileiros querem novas eleições (e não apenas 3% como fez o jornal), alegando não se tratar de questão de interesse jornalístico

"De hoje em diante, frente a qualquer pesquisa Datafolha, o cidadão tem o direito de perguntar: as questões foram só estas? Vocês esconderam alguma coisa que não fosse 'jornalística'?", diz Fernando Brito, editor do Tijolaço, sobre o argumento de Sergio Dávila, editor da Folha, que afirmou não ter publicado que 62% dos brasileiros querem novas eleições (e não apenas 3% como fez o jornal), alegando não se tratar de questão de interesse jornalístico (Foto: Leonardo Attuch)
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Por Fernando Brito, editor do Tijolaço

A ótima matéria de Gleen Greenwald e Erick Dau, que reproduzi ontem aqui, denunciando a fraude nos resultados divulgados pela Folha  sobre a pesquisa Datafolha foi feita sem o conhecimento da parte oculta da pesquisa, que este blog publicou hoje no final da tarde, com indícios e, no início da noite, com provas inquestionáveis.

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À noite, sem ter como negar a manipulação dos resultados, depois que se publicou a íntegra, não mutilada, da pesquisa, o jornal resolveu “confessar” que havia uma parte da pesquisa que “resolveu” não publicar por não considerar “jornalística”:

Sobre a não publicação de algumas questões do relatório, Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha, afirma que é prerrogativa da Redação escolher o que acha jornalisticamente mais relevante no momento em que decide publicar a pesquisa.

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“O resultado da questão sobre a dupla renúncia de Dilma e Temer não nos pareceu especialmente noticioso, por praticamente repetir a tendência de pesquisa anterior e pela mudança no atual cenário político, em que essa possibilidade não é mais levada em conta.”

Dávila ressalta que não é incomum o Datafolha fazer mais perguntas do que as que acabam sendo utilizadas nas reportagens. A íntegra do levantamento pode ser conferida aqui.

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Sérgio D’Ávila não diz, porém, que este arquivo está sendo linkado somente agora, depois que veio a público, no início da noite, por este blog  e por outros, o arquivo escondido nos servidores do Datafolha.

Mais de duas horas depois de revelado o escândalo é que isso foi feito.

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Embora tenham tido forte repercussão, os questionamentos de Greenwald e Dau ficaram desde ontem à noite sem resposta. Mas não havia resposta possível quando apareceram os documentos do próprio Datafolha, que a publicação do The Intercept motivou muitos, entre eles este blogueiro, a procurar. E, misturando um pouco de sorte com curiosidade por ter sido “esquecida” uma frase que revelava o apoio a novas eleições, buscar o arquivo original.

A conversa “pra boi dormir” de que não tinha interesse jornalístico não explica porque foi feita uma versão do arquivo em PDF com os resultados da pesquisa que foram omitidos.

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Foi pega no contrapé de sua “esperteza” e desmoralizou-se.

Não tem vergonha de escrever que, mudando a pergunta, a percentagem dos que querem novas eleições sobre de 3% para 62%, como se isso fosse estatisticamente normal.

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De hoje em diante, frente a qualquer pesquisa Datafolha, o cidadão tem o direito de perguntar: as questões foram só estas? Vocês esconderam alguma coisa que não fosse “jornalística”?

Só lamento pelos profissionais que têm de submeter a esta pantomima.

Mas lamento mais ainda pelos cidadãos que são enganados por ela.

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