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Tijolaço: Porque não estranho a ditadura em que estamos entrando

"Não importa que sejam acusações vagas, de casos supostamente ocorridos há anos, nos quais os possíveis envolvidos encontram-se hoje sem condições de opor qualquer estratagema à investigações normais e sérias e, antes ao contrário, estão coagidos a entregarem até suas mães em troca de uma tornozeleira e dos muitos milhões que lhes restaram", diz Fernando Brito, sobre a eventual prisão do ex-presidente Lula; "Nada mais importa à Justiça brasileira porque o que importa em qualquer Judiciário já lhe falta – muito e há tempos: independência e equilíbrio", completa

Rio de Janeiro - Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do lançamento da campanha Se é público é para todos, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas (Fernando Frazão/Agência Brasil) (Foto: Aquiles Lins)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Correm notícias de uma suposta prisão de Lula na próxima semana.

Há tempos deixou de ser impossível e, nos últimos dias, saiu também do campo do improvável.

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O motivo? Ora, o motivo…

Qualquer um que sirva ao que se deseja, a prisão do Lula e a sua inelegibilidade.

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Aceitam-se ações contra o ex-presidente em outras varas, para maquiar o fato de que o açougue é em Curitiba.

Aceleram-se as decisões, nunca antes na história deste país tomadas neste país de prisão antes de esgotados os recursos judiciais.

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Os juízes “liberais”, como o Dr. Luís Roberto Barroso, com justificativas repletas de vírgulas e borzeguins, vão ao leito da ferocidade da “justiça penal do inimigo”, talvez sem se dar conta  da ode à hipocrisia que isso representa na semana em que se arquiva, por dormir nas gavetas do STJ,  o caso do Marka/Fonte-Cindam que valeu bilhões a altas autoridades do Banco Central da era fernandista.

Além do vazamento, da delação, temos também a  “celeridade judicial seletiva”.

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Os fatos, em escalada, contribuem para dar verossimilhança àquilo que, em tempos normais, seria uma sandice.

A conjuntura política,  com o Congresso transformado em máquina de obediência fanática e a esquerda ainda grogue do embate eleitoral canhestro, ajudam também a fazer pensar no impensável.

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Até mesmo o momento internacional ajuda, com as atenções voltadas para a eleição americana que, com a possibilidade de vitória uma figura como Donald Trump, passa à conta da curiosidade e comoção que despertam catástrofes como terremotos e outros desastres.

A conspiração – não se movem tantos atores assim sem direção e roteiro, podem crer – tem agora seu timming ideal.

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Não importa que sejam acusações vagas, de casos supostamente ocorridos há anos, nos quais os possíveis envolvidos encontram-se hoje sem condições de opor qualquer estratagema à investigações normais e sérias e, antes ao contrário, estão coagidos a entregarem até suas mães em troca de uma tornozeleira e dos muitos milhões que lhes restaram.

Nada mais importa à Justiça brasileira porque o que importa em qualquer Judiciário já lhe falta – muito e há tempos: independência e equilíbrio.

Não pode haver independência ou equilíbrio para juízes que têm seus atos ditados previamente: prender e condenar é o único prato de suas balanças.

Reagir a esta escalada? Exceto figuras honradas e pontuais, sem poder nas redações, não há ninguém na imprensa para fazê-lo.

Os blogs? A estes se cala com meia dúzia de sentenças de indenização, porque ter opinião contrária vai se tornando caríssimo no Brasil de hoje, diante de suas Excelências. O mais provável é que logo venham a ter de descobrir a diferença entre calle e rambla, escrevendo do Chile ou do Uruguai.

A única coisa hoje que protege Lula da prisão é, creiam, a própria prisão de Lula.

Como adverte o sábio Mauro Santayanna, hoje,  os “convictos” acusadores correm o risco de  verem “o tiro sair pela culatra, transformando Lula em uma espécie de símbolo, ou de herói, se for impedido de concorrer à presidência da República. Ou em um mártir – caso alguma coisa ocorra a ele, eventualmente, na prisão – para boa parte do planeta”.

Ainda assim, tal raciocínio parte de um pressuposto de capacidade de análise e ponderação que, mesmo golpista,  ainda lhes restasse.

Pode restar aos grandes.

À matilha, agora, é o instinto de sangue, o frenesi alimentar das feras o que lhes dita os atos. E  os faz tão fortes que as suas coleiras se tornam insignificantes.

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