Tijolaço: sem votos, Temer planeja tirar dos aposentados por decreto
Jornalista Fernando Brito criticou o que está sendo chamado de Plano B para a reforma da Previdência, que o governo não tem votos para aprovar no Congresso; por Medida Provisória, Michel Temer pensa em implantar a elevação do tempo mínimo de contribuição na aposentadoria por idade nas áreas urbana e rural, atualmente em 15 anos, e a redução do valor da pensão por morte, que hoje é integral; "Resta saber se o mercado, que salivava por um massacre generalizado se contentará com a entrega de algumas chacinas localizadas", afirma Brito
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Geralda Doca, na edição de hoje de O Globo, revela que, com medo que “a crise política inviabilize a aprovação da reforma da Previdência” a equipe econômica – que, para os trabalhadores, bem merecia ser chamada dos pesadelos, em lugar da “dos sonhos” como a mídia a trata – planeja medidas que imediatas, por meio de medida provisória, que dispensa votos por algum tempo, ou por projeto de lei, que dependeria de maioria simples, e não dos 3/5 exigidos para reformas constitucionais.
Que medidas?
Segundo a repórter, ” a elevação do tempo mínimo de contribuição na aposentadoria por idade nas áreas urbana e rural, atualmente em 15 anos, e a redução do valor da pensão por morte, que hoje é integral, independentemente do número de dependentes”.
Além de cruel, um remendo de pouca valia para o saneamento das contas da previdência, pois não alteraria a sua maior fonte de desequilíbrio – as aposentadorias do setor público – nem seriam capazes de fixar idade mínima para que o trabalhador se retire. Pioraria a situação de todos, já que se aboliria o fator 85/95 (soma da idade do segurado e seu tempo de contribuição) hoje em vigor.
Diz a reportagem que as pensões também seriam atingidas:” o benefício cairia pela metade (50%), mais 10% por dependente, no limite de 100%, com fim da reversão de cotas (quando um filho atinge os 21 anos, a parcela dele atualmente é revertida para os demais dependentes)”.
Resta saber se o mercado, que salivava por um massacre generalizado se contentará com a entrega de algumas chacinas localizadas. Ou, para usar a expressão de Fernando Henrique Cardoso, a versão “é o que temos” da reforma previdenciária.
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