Tijolaço: Vitória ampla de Fachin põe Renan diante de dilema
Para Fernando Britto, a vitória por 20 a 7 da indicação do jurista Luiz Edson Fachin mostra que, se é verdadeiro o empenho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), a rejeitar seu nome, não será fácil sabotar o jurista paranaense; ele lembra que, dos sete votos restantes do PMDB, pelo menos Garibaldi Alves Filho, do RN, já se declarou favorável; "E Roberto Requião, cuja posição é pública e desassombrada. O mesmo deve acontecer com Sandra Braga, senadora pelo Amazonas e mulher do Ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga"
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Por Fernando Brito
A vitória por 20 a 7 da indicação do jurista Luiz Edson Fachin mostra que, se é verdadeiro o empenho de Renan Calheiros a rejeitar seu nome, não será fácil sabotar o nome do jurista paranaense.
Dos sete votos contrários, ainda que em votação secreta, ao menos seis é possível saber a origem: os dois tucanos escalados para esta missão – Aloysio Nunes Ferreira e Cassio Cunha Lima – da banda de música “impixista” – os dois demistas Ronaldo Caiado e Agripino Maia e o do peeemedebista Ricardo Ferraço, um dos maiores opositores da indicação. Restam dois, provavelmente o de Magno Malta e de outro peemedebista.
Só que os senadores do PMDB titulares da comissão são sete, o que daria a Fachin um quase empate nos votos peemedebistas restantes (sete, com a morte de Luis Henrique) nos votos em igual número dos do PT que não têm assento na comissão.
Mas Renan não conseguirá levar para o não todos os sete votos restantes do PMDB, o que é virtualmente impossível, até porque pelo menos um, Garibaldi Alves Filho, do RN, já declarou voto favorável. E Roberto Requião, cuja posição é pública e desassombrada. O mesmo deve acontecer com Sandra Braga, senadora pelo Amazonas e mulher do Ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga.
Logo, ainda que acontecesse todo o poder de Renan, somados aos votos já dados na comissão, seriam 31 a 11.
O bloco tucano-demista tem ainda 11 votos, além de Álvaro Dias, que somados aos quatro negativos já dados na comissão, totalizariam levariam o placar para 22 votos contrários e 33 favoráveis (os 20 da comissão, mais oito do PT, um do PCdoB e um do PSOL, além dos três peemedebistas).
Ou 23 contra, no caso de não ter entrado em exercício o suplente de Luiz Henrique Ferreira, um tucano, embora o grupo do falecido senador peemedebista fosse um pólo hostil a Renan.
No PDT, além do líder Acyr Gurgaz, Fachin dificilmente deixará de ter o voto de Telmário Mota e, provavelmente, Cristóvam Buarque.
No PR, Blairo Maggi deve votar sim. Idem Fernando Collor, do PTB.
São 37 votos favoráveis, num total de 59 ou 60 senadores, dependendo da posse de Dalírio Berer, de Santa Catarina.
São necessários, ao menos, mais quatro votos em 20 votos,
Possível, até provável, mas não garantido.
Portanto, ninguém se iluda com o placar relativamente folgado da votação na Comissão de Constituição e Justiça.
A menos que Renan, em lugar de expor-se a um risco de uma votação perigosa, baixe as armas e não mobilize seu grupo para uma votação contrária em bloco, que o colocaria numa situação delicada.
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