Tratando a Vale como estatal, por que Temer não estatiza a Vale de uma vez?
Artigo do Br2pontos mostra que nada menos que seis nomes já são aventados pelo governo federal para o lugar de Murilo Ferreira no comando da Vale; mas há dois problemas: gestão do atual presidente promove valorização de 110% nas ações este ano; e interferência explícita sugere que governo Michel Temer quer, na prática, reestatizar a mineradora; postura é incongruente com promessa de governo enxuto e pró-mercado que Temer vendeu no processo de derrubada da petista Dilma Rousseff do poder
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Do Br2pontos - O governo Michel Temer quer reestatizar a Vale, a mineradora privatizada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997. A afirmação corre entre investidores pelo fato de a atual gestão do Palácio do Planalto dar curso folgado às pressões políticas pela interrupção do mandato do atual presidente da companhia, Murilo Ferreira. O mandato dele termina em maio, mas, nos últimos meses, o PMDB de Minas Gerais, sustentado por movimentos de ministros como Eliseu Padilha e Romero Jucá, tenta por todos os meios encurtar-lhe a gestão.
A intenção é emplacar, o quanto antes, um nome capaz de retomar o sistema de loteamento político existente na Vale em seus tempos de empresa estatal. Com Ferreira, afinal, a mineradora mantém-se blindada a ingerências políticas, o que tem permitido um desempenho de mercado acima de qualquer crítica. As ações da Vale, de janeiro até aqui, se valorizaram 110%, mesmo em meio a volatilidades no preço do minério de ferro. Além disso, Ferreira tem livrado a companhia, com parcimônia, de ativos não rentáveis, tornando a Vale mais leve e lucrativa.
O que Temer elogia em Pedro Parente, na Petrobras, ignora em Ferreira, na Vale. Dois pesos e duas medidas.
A vontade do governo em tirar o atual presidente do seu posto é de tal monta que, no período de 30 de outubro a 6 de novembro, nada menos que quatro nomes já circularam, em colunas de informação e fofocas, como futuros pré-candidatos a CEO da Vale: Roberto Gianetti da Fonseca, Luciano Siani, Peter Poppinga e Nelson Silva. A eles, se juntam Tito Martins e José Carlos Martins, que foram os dois primeiros nomes a serem sugeridos pelo governo e a bancada do PMDB de Minas Gerais.
Na semana passada, em declaração largamente registrada pela mídia, Temer disse que, onde for possível privatizar, ele irá privatizar. A pergunta que não quer calar é simples: a Vale é a exceção nessa regra e será, pela pressão política, reestatizada na prática?
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