56% dos franceses defendem greve por tempo indeterminado contra Reforma da Previdência de Macron
Contra reforma de Macron, 1,2 milhão de manifestantes tomam ruas da França
247 — A maioria dos franceses apoia os sindicatos que querem paralisar a França (“la France à l'arrêt”) para protestar contra a reforma previdenciária, de acordo com a última pesquisa Elabe para o BFMTV publicada na segunda-feira, 6.
Segundo a pesquisa, 56% dos franceses apoiam a implementação de uma greve por tempo indeterminado a partir de 7 de março e nos dias seguintes e 59% apoiam a ação dos sindicatos “la France à l'arrêt”, desta terça-feira, 7.
A taxa de apoio à greve é particularmente alta entre os trabalhadores (70%), empregados (74%) e eleitores que votaram em Jean-Luc Mélenchon no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 (79%).
Embora ligeiramente abaixo em três pontos em relação a 15 de fevereiro, o apoio e simpatia pela mobilização contra a reforma previdenciária permanece na maioria no país, em 64%.
A reforma da previdência do governo de Emmanuel Macron, que aumenta a idade mínima para se aposentar, é considerada injusta por 69%, ineficaz para garantir a sustentabilidade do sistema previdenciário por 57% e não necessária por 51%. Por isso, 49% dos franceses consideram que o governo deveria “modificar sua reforma em profundidade” e 33% defendem “suspendê-la”.
7/3: multidão nas ruas
Em mais uma nova rodada de protestos contra a reforma da Previdência defendida pelo presidente Emmanuel Macron, 1,28 milhão de manifestantes se juntaram aos atos em toda a França, segundo o Ministério do Interior. Além de passeatas nas ruas, os protestos contaram com com bloqueio de refinarias, viagens de trens canceladas, escolas fechadas.
O projeto de lei de Macron aumenta a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos e entra em debate no Senado nesta semana.
Os sindicatos apontam que a movimentação desta terça seja a maior demonstração de força contra a proposta, e indicam que 3,5 milhões de pessoas protestaram, superando a mobilização de 31 de janeiro — que reuniu 1,27 milhão de pessoas, segundo o governo, e 2,8 milhões, segundo os sindicatos.
Mais de 250 protestos foram realizados no país. Os principais protestos foram em Paris, Marselha e Nice. De acordo com o Ministério da Educação, cerca de um terço dos professores estava em greve em todo o país. Philippe Martinez, dirigente da CGT (a CUT francesa), afirmou à FranceInfo que “o objetivo é que o governo retire seu projeto de reforma” — defendendo uma greve por tempo indeterminado.
