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A quem interessa o uso de armas químicas na Síria?

Desde a terça-feira 4, quando um ataque com armas químicas na região de Idlib chocou a humanidade, a Síria voltou a ser o tema principal das discussões das grandes potências mundiais; de um lado, Estados Unidos, Inglaterra e Israel acusam o governo sírio, ainda sem provas, de ter ordenado o ataque; de outro a Rússia exige uma investigação aprofundadas antes de qualquer decisão do Conselho de Segurança ou unilateral, por parte dos Estados Unidos; no centro de tudo, o governo de Bashar al-Assad acusa grupos terroristas, financiados pelo Ocidente, de estarem por trás do ataque; quem tem razão?

Desde a terça-feira 4, quando um ataque com armas químicas na região de Idlib chocou a humanidade, a Síria voltou a ser o tema principal das discussões das grandes potências mundiais; de um lado, Estados Unidos, Inglaterra e Israel acusam o governo sírio, ainda sem provas, de ter ordenado o ataque; de outro a Rússia exige uma investigação aprofundadas antes de qualquer decisão do Conselho de Segurança ou unilateral, por parte dos Estados Unidos; no centro de tudo, o governo de Bashar al-Assad acusa grupos terroristas, financiados pelo Ocidente, de estarem por trás do ataque; quem tem razão? (Foto: Leonardo Attuch)
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247 – As cenas são terríveis e chocaram a humanidade. Na terça-feira 4, 72 pessoas, inclusive crianças, morreram na região de Idlib, na Síria, que foi alvo de um ataque com gás venenoso. Num país onde mais de 300 mil pessoas já morreram na guerra civil, mas que parecia caminhar para uma pacificação após a intervenção russa, as críticas internacionais foram imediatas. Potências do Ocidente acusaram o regime de Bashar al-Assad de ter comandado o ataque com armas químicas contra a própria população civil.

“Penso que o que Assad fez é terrível”, disse o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a repórteres que viajavam com ele a bordo do Air Force One, o avião presidencial norte-americano, para a Flórida, nesta quinta-feira 6. Um dia antes, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, a embaixadora americana Nikki Haley já havia acusado a Síria, sem provas, de ter ordenado o ataque, chegando até a ameaçar com ações unilaterais. “Existem tempos em que as Nações Unidas falham em cumprir com suas obrigações coletivas. Portanto, existem tempos em que estados devem tomar as suas próprias ações”, afirmou.

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A posição dos Estados Unidos foi seguida por seus aliados tradicionais na cena internacional. Tanto a Inglaterra quanto Israel defenderam a adoção de medidas concretas contra a Síria, com ou sem a aprovação do Conselho de Segurança. "Os dois ataques com armas químicas contra civis na região de Idlib, na Síria, foram realizados por ordem direta e premeditada do presidente sírio, Bashar Assad, por aeronaves sírias. Afirmo isto com 100% de certeza", disse Avigdor Lieberman, ministro da Defesa de Israel.

Rússia, a pedra no caminho do Ocidente

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Há, no entanto, uma pedra no caminho de Estados Unidos, Israel e Inglaterra: a Rússia, de Vladimir Putin. Desde que Moscou interveio na Síria, o Estado Islâmico sofreu suas maiores derrotas e perdeu posições de valor estratégico. Depois do ataque desta terça-feira, Putin afirmou que nada poderá ser feito sem que, antes, ocorram as devidas investigações, isentas, por organismos internacionais. Putin destacou serem "inaceitáveis as acusações infundadas contra qualquer pessoa, antes de uma investigação internacional completa e imparcial", segundo um comunicado da chancelaria russa.

No epicentro da crise, o governo de Bashar al-Assad culpa grupos radicais, financiados pelo Ocidente, em especial pelos Estados Unidos, pelos ataques. "Oposição moderada não existe. A oposição atual é oposição jihadista (radical), no sentido deturpado de jihad. Ela [oposição] foi também sujeita ao impacto ideológico que não aceita nem diálogo, nem resolução pacífica, só o terrorismo", declarou Bashar Assad em entrevista a um jornal croata.

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Em comentário à TVT, o comentarista Flávio Aguiar afirma que ainda não existe uma prova conclusiva de quem tenha sido o responsável pelo ataque com gás cloro – se o regime de Assad ou se terroristas do Estado Islâmico (confira acima).

O fato é que, aos Estados Unidos e seus aliados, interessa culpar a Síria, para que seja possível promover uma mudança de regime, derrubando Bashar al-Assad. À Rússia, que, até recentemente, havia obtido uma certa estabilidade na região, interessa lançar suspeitas sobre o financiamento Ocidental a grupos terroristas, classificados pelos Estados Unidos como "oposição moderada".

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Leia, abaixo, reportagem da Reuters sobre a posição dos Estados Unidos:

Por Steve Holland e Phil Stewart

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A BORDO DO AIR FORCE ONE/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que “algo deve acontecer” com o presidente sírio Bashar al-Assad após um ataque com gás venenoso na Síria, num momento em que o Pentágono e a Casa Branca realizaram discussões detalhadas sobre opções militares.

Embora Trump não tenha chegado a pedir para Assad deixar o cargo, os comentários foram as suas maiores sugestões até o momento de que os Estados Unidos podem estar seguindo em direção a uma posição mais firme contra Assad, cujo país tem sido devastado por seis anos de guerra civil.

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“Penso que o que Assad fez é terrível”, disse Trump a repórteres que viajavam com ele a bordo do Air Force One, o avião presidencial norte-americano, para a Flórida.

“Penso que o que aconteceu na Síria é uma desgraça à humanidade e ele está lá, e eu acho que ele está comandando as coisas, então algo deve acontecer”, disse Trump.

O ataque com gás venenoso na terça-feira na cidade síria de Khan Sheikhoun, tomada por rebeldes, matou ao menos 70 pessoas, muitas delas crianças, e apresentou a Trump sua maior crise na política externa desde que assumiu, em janeiro.

Washington culpou o governo sírio, aliado de Irã e Rússia, pelo ataque.

Trump tinha, até agora, centrado sua política sobre Síria quase que exclusivamente em derrotar os militantes do Estado Islâmico no norte da Síria, onde as forças especiais dos EUA estão trabalhando com grupos armados árabes e curdos.

Mas uma autoridade norte-americana disse que opções estavam sendo discutidas pelo Pentágono e a Casa Branca que podem incluir proibição de aeronaves usadas pelas forças de Assad, acrescentou a autoridade, falando em condição de anonimato.

Tais opções também podem incluir uso de mísseis de cruzeiro, permitindo que os EUA atinjam alvos sem colocar aeronaves tripuladas nos céus acima da Síria.

Atacar Assad colocaria os EUA em desacordo com a Rússia, aliada incondicional do governo sírio e que interveio a favor do presidente em setembro de 2015, levando o rumo do conflito a favor do governo sírio.

A autoridade norte-americana não comentou sobre o quão possível seria uma ação militar e não sugeriu quais, caso existam, opções podem ser recomendadas pelo Pentágono.

A autoridade acrescentou que o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, e o assessor de segurança nacional da Casa Branca, H.R. McMaster, já estão em conversas sobre a questão.

Mattis irá possivelmente discutir as opções quando se encontrar com Trump em seu retiro em Mar-a-Lago, na Flórida, segundo a autoridade.

(Com reportagem de Roberta Rampton, em Washington)

Leia, abaixo, reportagem da Sputinik sobre a posição russa:

A Rússia propõe impor um bloqueio comercial e econômico nos territórios controlados pelo grupo terrorista Daesh (autoproclamado Estado Islâmico, proscrito na Rússia), disse o vice-diretor do Departamento de Novos Desafios e Ameaças do Ministério russo de Relações Exteriores, Dmitri Feoktistov.

"A Rússia propõe ir além e impor um embargo comercial e econômico contra os territórios controlados pelo Daesh, de acordo com o artigo 41 da Carta das Nações Unidas", disse ele em um discurso à Organização dos Estados Americanos (OEA).

A medida, disse Feoktistov, ajudará a acabar com o financiamento do Daesh "por meio de um regime internacional que se estenderia a todos os tipos de apoio econômico e material aos terroristas".

Além disso, a ONU deve sancionar aqueles que violam este regime, acrescentou.

De acordo com o diplomata, "um comitê (das Nações Unidas) para sanções contra o Daesh e a Al-Qaeda observará o regime e investigará as violações". Feoktistov disse que o bloqueio também incluirá o fortalecimento do controle fronteiriço nos estados vizinhos da Síria e do Iraque.

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