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Afeganistão empossa novo líder em meio a disputas e violência

Tecnocrata Ashraf Ghani é o primeiro presidente do país em uma década, e assume um governo com poder compartilhado em um momento em que a retirada da maioria das tropas estrangeiras apresenta um teste crucial para o país

Tecnocrata Ashraf Ghani é o primeiro presidente do país em uma década, e assume um governo com poder compartilhado em um momento em que a retirada da maioria das tropas estrangeiras apresenta um teste crucial para o país (Foto: Gisele Federicce)
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Por Kay Johnson

CABUL (Reuters) - O Afeganistão deu posse a seu primeiro presidente novo em uma década nesta segunda-feira, quando o tecnocrata Ashraf Ghani assumiu um governo com poder compartilhado em um momento em que a retirada da maioria das tropas estrangeiras apresenta um teste crucial para o país.

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A primeira transição democrática de poder da história afegã foi tudo menos suave: o acordo do governo de união foi costurado depois de meses de impasse na eleição presidencial, na qual Ghani e seu adversário, Abdullah Abdullah, reclamaram a vitória.

Ilustrando os problemas que o novo mandatário enfrentará, um homem-bomba matou sete pessoas em um posto de controle perto do aeroporto de Cabul pouco antes de Ghani ser empossado, informou uma autoridade do governo. O Taliban assumiu a responsabilidade.

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Mais tarde, encerrando meses de incerteza sobre o futuro papel dos Estados Unidos no Afeganistão, a embaixada norte-americana anunciou que na terça-feira Ghani irá assinar um acordo de segurança com os EUA autorizando a permanência de um pequeno contingente de soldados.

Em seu discurso de posse, Ghani apelou ao Taliban e a outros militantes para que se unam às conversações de paz e ponham fim a mais de uma década de violência. Milhares de afegãos morrem todos os anos em decorrência do conflito.

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"A segurança é uma das principais exigências de nosso povo, e estamos cansados desta guerra", disse Ghani. "Conclamo o Taliban e o Hezb-i-Islami (grupo insurgente afegão com laços com o Taliban) a se prepararem para negociações políticas".

Ghani também prometeu reprimir a corrupção endêmica e pediu colaboração com o governo de coalizão.

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"Um governo de unidade nacional não diz respeito à partilha de poder, mas a um trabalho conjunto", afirmou Ghani no discurso de quase uma hora.

Mas já há sinais de tensão na frágil coalizão. Uma discórdia a respeito do espaço destinado ao gabinete de Abdullah Abdullah – que será o executivo-chefe de governo, cargo semelhante ao de primeiro-ministro – e também sobre um eventual discurso de Abdullah na cerimônia de posse levaram a ameaças de que seu campo iria boicotar a posse desta segunda-feira, declarou um assistente de Abdullah, acrescentando que o imbróglio foi resolvido depois de reuniões tarde da noite com o embaixador norte-americano.

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Abdullah foi empossado e discursou antes de Ghani, rompendo com a programação original.

Apoiadores dentro e fora do país esperam que Ghani e Abdullah consigam pôr de lado a rivalidade amarga que exibiram durante a eleição e trabalhem para melhorar a vida de uma nação que vem sofrendo com guerras e pobreza há décadas.

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Mesmo neste caso, o governo herda problemas imensos, como a ressurgência do Taliban nos últimos meses e a necessidade de revigorar as relações com os EUA, que azedaram nos últimos anos da presidência de Hamid Karzai, antecessor de Ghani.

Outro desafio é a crise fiscal. Já muito dependente de ajuda estrangeira, Cabul afirmou que pediu aos EUA e a outros doadores 537 milhões de dólares para pagar suas contas até o final do ano.

(Reportagem adicional de Abdul Saboor e Jessica Donati)

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