Após mais de 3 décadas, McDonald’s anuncia saída total da Rússia em meio à guerra na Ucrânia
Quando a rede de fast food americana chegou à Rússia, há 32 anos, era o símbolo da vitória do capitalismo
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Infomoney - O McDonald’s (MCDC34) anunciou nesta segunda-feira (16) que vai deixar a Rússia e acabar definitivamente com todas as suas operações no país. A decisão é tomada dois meses após a rede americana de restaurantes fast food suspender temporariamente o funcionamento das suas 847 lojas russas devido à guerra na Ucrânia.
A companhia afirmou hoje em um comunicado que “a crise humanitária causada pela guerra na Ucrânia e o ambiente operacional imprevisível desencadeado levaram o McDonald’s a concluir que a propriedade do negócio na Rússia não é mais sustentável, nem é consistente com os valores do McDonald’s”.
A rede fast food disse ainda que o impacto da saída deve ser de aproximadamente US$ 1,2 bilhão a US$ 1,4 bilhão. A medida foi anunciada logo após o governo Putin nacionalizar os ativos da montadora francesa Renault na Rússia, incluindo uma fábrica em Moscou e sua participação de 68% na montadora Avtovaz, dona da Lada.
Os últimos dias de funcionamento do McDonald’s na Rússia, em março, foram marcados por filas de pessoas para entrar nas unidades e de carros nos drive-trhus e funcionários cantando em forma de despedida enquanto trabalhavam. Houve até um cliente algemado em protesto (relembre no vídeo abaixo).
Russos também se aproveitaram e passaram a vender produtos do McDonald’s no maior site de anúncios do país após o fechamento das lojas. Itens populares como Big Macs e McMuffins foram oferecidos a preços bastante inflacionados — em um deles, o lanche mais famoso da rede fast food foi anunciado por mais de R$ 180.
A abertura da primeira unidade do McDonald’s em Moscou, na década de 1990, após o colapso da União Soviética, levou multidões ao restaurante e foi um símbolo da “vitória” do capitalismo sobre o socialismo. Da mesma forma, a saída da empresa do país também marca uma inflexão do Ocidente em relação à Rússia e ao governo do presidente Vladimir Putin.
No comunicado desta sexta, a empresa diz que “está buscando a venda de todo o seu portfólio de restaurantes McDonald’s na Rússia para um comprador local” sem o uso do nome, do logotipo, da marca e do cardápio da rede. Diz também que, entre as suas prioridades, está “garantir que os funcionários do McDonald’s Rússia continuem sendo pagos até o fechamento de qualquer transação e que tenham um emprego futuro com qualquer comprador em potencial”.
“Estamos excepcionalmente orgulhosos dos 62 mil funcionários que trabalham em nossos restaurantes, juntamente com as centenas de fornecedores que apoiam nosso negócio e nossos franqueados locais”, afirmou o CEO do McDonald’s, Chris Kempczinski, no comunicado. “Sua dedicação e lealdade ao McDonald’s tornam o anúncio de hoje extremamente difícil. No entanto, temos um compromisso com nossa comunidade global e devemos permanecer firmes em nossos valores”.
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