Brasil e EUA querem produzir etanol em outros países
O plano aliviaria a limitao do nmero de usinas e a disputa de espao com o acar no Brasil; e seria mais eficaz que a produo com milho pelos EUA
247 – A presidente do Brasil saiu dos Estados Unidos assim como entrou: de mãos vazias. No entanto, uma conversa sobre a produção do etanol pode render bons frutos num futuro próximo. A ideia, segundo obtidas pela Folha no Departamento de Estado americano, é que Brasil e EUA produzam álcool juntos em outros países.
O plano aliviaria a limitação do número de usinas e a disputa de espaço com o açúcar no Brasil; e a produção de um álcool mais eficaz que o de milho pelos EUA.
Leia na matéria de Luciana Coelho, da Folha:
Barack Obama disse a Dilma Rousseff que espera uma recuperação da economia americana "mais lenta do que a vista até agora" e exibiu enorme interesse no petróleo e no etanol brasileiros, segundo relato do encontro entre os presidentes àFolha.
Os dois líderes, que conversaram por 90 minutos no Salão Oval segunda-feira, falaram animadamente sobre uma parceria em biocombustíveis a ser anunciada logo.
A ideia, segundo participantes do encontro e informações obtidas antes pela Folha no Departamento de Estado americano, é que Brasil e EUA produzam álcool juntos em outros países.
O plano aliviaria gargalos nos líderes do etanol: a limitação do número de usinas e a disputa de espaço com o açúcar no Brasil; e a produção de um álcool mais eficaz que o de milho pelos EUA.
Obama também foi incisivo ao dizer que quer vender maquinário para a produção no pré-sal, lamentando se tratar de reserva nacional.
Dilma o tranquilizou, informando que empresas americanas que produzem no país são "nacionais" e que há margem, nos três primeiros anos, para importar.
A conversa foi dominada pela crise. Dilma cobrou o colega pelo dólar barato e ouviu que o problema é a China. Ele, por sua vez, mostrou grande preocupação com a recuperação em seu país.
"O avanço no mercado de trabalho nos próximos meses deve ser como em março", disse ele. Antes, vinham sendo abertas mais de 200 mil vagas ao mês, e a queda a 120 mil preocupa analistas.
Preocupa também Obama, que deixou claro que sua reeleição em novembro depende disso. "Gostaria que continuássemos trabalhando juntos", respondeu a brasileira, ignorando o protocolo.
Os dois líderes abordaram política global e "concordaram em discordar" a respeito da Síria, segundo relatos.
Dilma disse que uma intervenção no país, em conflito civil, é arriscada e classificou a ação militar liderada pelos Estados Unidos na Líbia de malsucedida, por criar uma "enorme quantidade de grupos armados".
Ela ressaltou o temor de um conflito na região -uma menção implícita ao Irã- inflar o preço do petróleo.
Para um dos presentes, os presidentes tiveram uma "ótima conversa", mas "sem as personalidades clicarem": focaram em trabalho, "sem nenhum comentário divertido".
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