Capriles: "Queremos uma mudança de forma democrática"
Em entrevista feita pela internet de Caracas ao ‘Programa do Jô’, o líder da oposição venezuelana Henrique Capriles aponta "seguidas violações da Constituição" como principais motivadores dos protestos contra Nicolás Maduro, que já fizeram 29 vítimas; critica ainda o desabastecimento: "Provavelmente estamos passando pela maior escassez da história do nosso país"
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247 – Em entrevista feita pela internet de Caracas ao ‘Programa do Jô’, o líder da oposição venezuelana Henrique Capriles criticou a gestão de Nicolás Maduro e disse que nunca planejou mudar o governo de uma forma que não seja democrática. "Denunciamos a eleição de 2013 em instâncias internacionais porque os poderes na Venezuela estão todos a serviço das causas do governo."
Ele aponta a falta de segurança e "seguidas violações da Constituição" como principais motivadores dos protestos contra Maduro, que já fizeram 29 vítimas. "Há milhares de razões para protestar na Venezuela, mas sempre pleiteamos que seja pacífica. Nós queremos uma mudança que seja verdadeira, não uma que deixe o país mais dividido do que já está. Mas veja a linguagem de Nicolás, a forma que o governo fala com o país. Não são promotores da paz. Eles têm um discurso que insulta e que divide as pessoas", acusou. Critica ainda o desabastecimento de alimentos e de artigos pessoais na Venezuela. "Provavelmente estamos passando pela maior escassez da história do nosso país."
Ele reclamou ainda da censura da imprensa. "Creio que sou o venezuelano mais censurado em meu país. Se dou uma entrevista, logo depois o governo ameaça o meio de comunicação. Nesse momento, a liberdade de expressão está contra a parede na Venezuela e é uma luta muito desigual competir com o aparato de mídia que o governo montou." Capriles também justificou sua ausência na Conferência de Paz convocada por Maduro: "O que significa diálogo para Nicolás? Sentar-se e ouvir o que ele tem pra falar é um monólogo. Claro que eu quero que o país melhore e, por isso, estou disposto a conversar com quem for. Só não podemos renunciar ao direito de pensar e de conversar, senão viramos animais."
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