Centenas são detidos em protesto contra a guerra em Moscou
A capital russa viu um protesto anti-guerra pelo segundo fim de semana consecutivo em meio ao ataque em andamento à Ucrânia
RT - A capital russa viu um protesto anti-guerra pelo segundo fim de semana consecutivo em meio ao ataque em andamento à Ucrânia. A manifestação de domingo não havia sido acordada com as autoridades e acabou em inúmeras detenções.
De acordo com a polícia de Moscou, conforme citado pelas agências de notícias RIA e Interfax, cerca de 300 manifestantes foram detidos. A polícia citou "várias violações da ordem pública" como o motivo das prisões, sem dar mais detalhes. As autoridades também não anunciaram o número total de participantes do rali.
As autoridades tomaram "todas as medidas necessárias" para "impedir" a manifestação, que não foi acordada com as autoridades da cidade, conforme exigido pela lei russa, apontou a polícia. Não houve relatos sobre quaisquer incidentes durante o protesto.
Alguns meios de comunicação relataram que grandes unidades policiais foram enviadas para a Praça Manezhnaya, nos arredores do Kremlin, e que a praça em si havia sido isolada antes do protesto.
Moscou não foi a única cidade russa a ver protestos no domingo. Em São Petersburgo, cerca de 150 pessoas foram detidas após uma manifestação semelhante no centro da cidade, segundo a mídia local. A manifestação ali contou com um número bem menor do que no fim de semana anterior, segundo os jornalistas.
A Rússia viu protestos esporádicos contra a guerra surgindo desde o início da ofensiva militar de Moscou na Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro. Uma série de manifestações particularmente grandes pedindo o fim da ação militar foi realizada em várias cidades russas, incluindo Moscou e São Petersburgo, em 6 de março. Naquela ocasião, os comícios, que não haviam sido coordenados com as autoridades, resultaram em milhares de prisões.
No início de março, os legisladores russos aprovaram uma legislação criminalizando a "difamação" do exército russo e a divulgação de informações "falsas" sobre as tropas russas ou pedindo sanções anti-Rússia. Algumas figuras da oposição acusaram as autoridades de tentar silenciar a dissidência. Moscou justificou a lei apontando para uma "guerra de informação" que está sendo travada pelos EUA e seus aliados contra a Rússia por causa de suas ações na Ucrânia.
Moscou atacou seu vizinho no final de fevereiro, após um impasse de sete anos sobre o fracasso da Ucrânia em implementar os termos dos acordos de Minsk e o eventual reconhecimento da Rússia das repúblicas de Donbass em Donetsk e Lugansk. Os protocolos de Minsk, mediados pela Alemanha e pela França, foram projetados para regularizar o status dessas regiões dentro do estado ucraniano.
A Rússia agora exigiu que a Ucrânia se declare oficialmente um país neutro que nunca se juntará ao bloco militar da OTAN liderado pelos EUA. Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea e negou as alegações de que planejava retomar as duas repúblicas pela força.
