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Christina usa Facebook em bate boca com ator argentino famoso

Presidente publicou carta em resposta a Ricardo Darín, que questionou o enriquecimento do casal Kirchner e a polarização extrema no país; no sábado, também postou 22 mensagens no Twitter para criticar decisões do Poder Judiciário e defender o ministro da Justiça

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Opera Mundi - A presidente argentina, Cristina Kirchner surpreendeu neste último fim de semana ao usar intensamente as redes sociais para criticar decisões do Poder Judiciário, defender o ministro da Justiça, Julio Alak, e responder às declarações feitas pelo ator Ricardo Darín a uma revista local. Somente neste sábado (05/01), 22 mensagens no Twitter foram postadas ao longo de 30 minutos. No domingo, uma carta em resposta a Darín foi publicada em sua página no Facebook.

Até esse fim de semana, a presidente não cultuava esse hábito, preferindo geralmente se manifestar por meio de redes nacionais de rádio e televisão. Somente em 2012 foram cerca de 20 transmissões, a maioria ao vivo.

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Nas primeiras postagens em seu perfil na rede social Twitter, a chefe de Estado descreve, em cinco itens, a “receita midiática do monopólio”, em referência ao Clarín, principal jornal do país, de linha opositora.

Segundo ela a produção de notícias é feita com “qualquer fato novo, repetido ou inventado”, independente de quando este tenha ocorrido, para atacar “preferentemente um funcionário do governo nacional ou personagem público que apóie o projeto [de governo]”, em três circunstâncias: “períodos eleitorais”, “para ocultar fatos relevantes que beneficiem as corporações” ou “todos os dias, para desgaste”.

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Apesar de não ter citado o nome do Clarín, Cristina Kirchner respondeu a diversas reportagens publicadas pelo jornal contra um churrasco de fim de ano realizado pelo ministro da Justiça, Julio Alak, na ex-Esma (Escola de Mecânica da Armada), a principal prisão clandestina do país na época da ditadura (1976-1983), que teria provocado a indignação de algumas organizações.

Nas postagens seguintes, Cristina Kirchner, critica uma decisão da Câmara Civil e Comercial, desta vez a favor da SRA (Sociedade Rural Argentina).

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“Esta Câmara superou – e se permitiu superar – todos os limites. No fim, como sentenciou? A favor do Estado ou da Sociedade Rural Argentina? A favor das corporações, sempre. Always”, escreveu a chefe de Estado sobre a resolução judicial, que freou um decreto para a estatização de um centro de eventos da SRA, vendido, segundo o governo, por um valor irrisório.

Anteriormente, ela já havia pedido que o Poder Judiciário do país fosse “independente não só do poder político, mas também do econômico e das corporações”, em razão da Justiça ter aprovado uma medida cautelar a favor do grupo Clarín, que questiona a constitucionalidade da Lei de Meios.
Cristina também afirmou através das postagens que a medida é “um completo desequilíbrio do sistema democrático, juízes governam anulando decisões próprias intransferíveis do Executivo e do Legislativo”, afirmou.

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Darín

No domingo (06/01), Cristina respondeu no Facebook, às críticas feitas por Ricardo Darín à revista Brando, editada pelo grupo La Nación. Na entrevista, o mais conhecido ator argentino questiona o enriquecimento do casal presidencial, e ações que resultam em uma polarização extrema no país.

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“Eu queria que alguém me explicasse a questão do crescimento patrimonial dos Kirchner. Como a cara deles não cai de vergonha? Como pode ser?”, criticou o ator. “Todos queremos a mesma coisa: viver em paz, trabalho, educação. Todos falam da Cristina, mas eu não sei se o problema é a Cristina”, afirmou, mencionando os assessores presidenciais. “Acho que é com eles que se deve falar, mas não tenho certeza de que eles queiram escutar ninguém”, afirmou.

Na resposta publicada no Facebook e difundida também pelo Twitter, Cristina se dirige ao “Prezado Ricardo Darín”, começa com elogios ao talento do ator e com a confissão de que é uma “completa cinéfila”, antes de responder sobre seu patrimônio conjunto com seu falecido marido e antecessor, Néstor Kirchner.

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“É óbvio que, por razões de público, notório e doloroso conhecimento, - este último pelo menos para alguns argentinos -, a única que lhe pode responder sou eu, Cristina. E é precisamente uma das razões que mais me mobilizaram a decidir fazê-lo. É tão difícil que alguém que não está aqui possa se defender, que você entenderá os motivos pelos quais lhe escrevo”, redigiu a chefe de Estado.

Após pedir permissão para chamá-lo pelo primeiro nome, “porque é mais amigável e afasta toda possibilidade de briga e confronto que tanto parecem lhe afetar”, Cristina Kirchner afirma: Não quero imaginar como você se sentiria se alguém levasse pela rua cartazes lhe insultado, desejando sua morte ou festejando a de seu companheiro de toda a vida como acontece comigo em algumas manifestações opositoras. Nunca viu nenhuma?”, escreveu, constatando que a agenda do ator “lhe tiram tempo para uma observação mais completa da realidade” já que os meios de comunicação do país “não publicam esta informação”.

“Quero lhe dizer que não teve funcionários públicos (...) mais denunciados penalmente e investigados pela Justiça argentina em matéria de enriquecimento [ilícito], do que meu esposo e quem lhe escreve. Não só se investigou a fundo, como também foram designados peritos da Suprema Corte para a realização de perícias contábeis que duraram meses, e concluíram que não foi cometido nenhum ato ilícito, o que obrigou o juiz a descartar as denúncias”, respondeu.

Após o esclarecimento, a presidente argentina menciona um processo judicial no qual o ator esteve envolvido: “Você mesmo foi acusado e detido por um juiz em março de 1991, pelo crime de contrabando de uma caminhonete que ingressou no país com uma franquia especial para deficientes”, alfinetou. “Lembra? Na verdade eu já tinha esquecido, com tantas coisas na cabeça, mas hoje entrei no Clarín.com e li a matéria ‘Uma sentença beneficiou Darín’”.

 

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