Colômbia realiza eleições legislativas neste domingo: veja o que está em jogo
Pela primeira vez na história, plataformas de centro e centro-esquerda são favoritas nas pesquisas de opinião
Michele de Mello, do Brasil de Fato - Neste domingo (13/03), a Colômbia elegeu 172 deputados e 107 senadores para renovar o Congresso do país. Entre 8h e 16h no horário local (das 10h às 18h em Brasília), cerca de 38 milhões de eleitores foram chamados a participar do processo nas 112.897 mesas instaladas no país. Outros 908 mil colombianos também estávam habilitados para votar no exterior.
Ao todo há cerca de 1.500 candidatos divididos em três grandes chapas: Pacto Histórico, que reúne partidos de esquerda e do campo popular progressista; a coalizão Centro Esperança, com o partido Verde e outros setores de centro-esquerda e centro-direita; e a aliança de direita Equipe pela Colômbia.
Segundo as últimas pesquisas de opinião da empresa Ivamer, o Pacto Histórico é favorito para ganhar as parlamentares com cerca de 38% de intenção de voto, seguido da chapa Equipe pela Colômbia com 19% e Centro Esperança com 14,5%.
Neste ano também foi criada a iniciativa "voto por elas", promovida pela ONG Sisma Mulheres, que busca apoiar 20 candidaturas femininas e com uma agenda feminista para o Legislativo. Atualmente as colombianas ocupam apenas 20% das cadeiras no Congresso.
O advogado Alejandro Mantilla defende que as novas plataformas são um reflexo da greve geral de 2021, mas pondera as expectativas sobre o cenário eleitoral.
"Por um lado temos um aumento da presença e aceitação de plataformas de esquerda, mas por outro, vemos que os poderes estabelecidos e a direita tradicional ainda têm grande capacidade de mobilização eleitoral, de capital e capacidade de provocar medo", comenta.
O país atravessa uma crise econômica profunda, com cerca de 21 milhões de pessoas em situação de pobreza, inflação de 5,62% - a mais alta dos últimos cinco anos - e 12,6% de desemprego, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estadística (DANE).
Entre as principais propostas do Pacto Histórico está a consolidação dos Acordos de Paz, com a retomada das negociações com a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN); reforma previdenciária; a criação de subsídios para erradicar a fome e a pobreza, assim como controle de preços aos produtos importados.
Já a chapa Centro Esperança propõe o combate à corrupção e a recuperação da confiança na democracia, com a criação de novas estruturas de representação nos territórios do interior do país; uma reforma tributária; e a consolidação de mecanismos de economia verde.
"Creio que estamos a portas de uma ruptura histórica. A pergunta é sobre qual o grau dessa ruptura", defendeu Mantilla.
Para Olimpo Cárdenas ainda há esperança de mais unidade. "Se o Pacto Histórico tiver uma boa votação para o Congresso também irá pressionar para que os representantes de Centro Esperança se unam em uma única bancada", comentou.
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