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Mundo

“Crise mostra necessidade de soberania europeia”, dizem Macron e Merkel na Alemanha

Em entrevista coletiva que reuniu os dois líderes, a anfitriã disse que estava feliz de poder receber o presidente francês

Angela Merkel e Emmanuel Macron (Foto: Leonardo Lucena)
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RFI - Emmanuel Macron foi o primeiro líder internacional a ser recebido pela chanceler alemã, Angela Merkel, após a reabertura das fronteiras, que haviam sido fechadas para combater a propagação da Covid-19. O presidente desembarcou em Meserberg, na Alemanha, praticamente na véspera de o país assumir a presidência da União Europeia (UE). No encontro, os dois destacaram a importância da coesão franco-alemã diante dos desafios futuros.

Em entrevista coletiva que reuniu os dois líderes, a anfitriã disse que estava feliz de poder receber o presidente francês. “Vivemos numa época difícil”, observou a chanceler, referindo-se à epidemia de Covid-19 e à crise econômica enfrentada pela União Europeia, e destacando que “França e Alemanha irão unir esforços e se apoiar mutuamente”.

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Merkel e Macron citaram a criação do fundo de relance da economia na União Europeia como uma oportunidade para trabalharem juntos. “Queremos que a França e a Europa estejam unidas nesse desafio”, disse Merkel. “Vamos ser fortes e poderemos exercer o nosso papel no mundo”, acrescentou, citando as mudanças climáticas e a revolução digital como grandes desafios no futuro próximo.

“Essa crise terá efeito ainda por muito tempo”, completou a alemã, lembrando que a Alemanha assumirá a presidência da União Europeia em 1º de julho, ao lado de Portugal e da Eslovênia. A chanceler ainda destacou a “importância do conselho Europeu de 17 e 18 de julho”, em que os estados poderão tratar do orçamento e do plano de relance da economia.

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“Depois da pandemia, o mundo será diferente do que era”, observou a chanceler alemã. “Mais do que nunca é preciso investir no futuro, nos grandes desafios como a luta contra o aquecimento global”, acrescentou, lembrando que, no outono, o bloco pretende aumentar esforços para a redução da emissão de gases de efeito estufa até 2030.

Soberania

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Sobre a transição digital, Angela Merkel afirmou que o bloco deve trabalhar por uma “maior soberania europeia”. “Soberania digital não quer dizer que devemos ser capazes de fazer tudo, mas que é importante sabermos o que devemos conhecer”, afirmou. “Enquanto UE, devemos trabalhar nossa relação com o resto do mundo, com África e China”, citou.

De acordo com Merkel, a situação da Líbia também estava na pauta do encontro com Emmanuel Macron, onde seriam abordados, ainda, diversos assuntos bilaterais. Os dois líderes ainda têm um jantar na noite desta segunda-feira.

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Emmanuel Macron começou falando aos jornalistas sobre a “transformação profunda por que a sociedade passou, o choque econômico e sanitário” a que os dois países foram submetidos, desde o último encontro com Merkel, há dois anos, na Alemanha.

“Durante a crise, mostramos nossa força e resiliência”, disse Macron. “Selamos um acordo histórico no dia 18 maio, que resulta não só de três semanas de discussão, mas de três anos de trabalho”, ressaltou.

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Momento da verdade

Macron citou os avanços feitos sobre um orçamento comum, medida que era considerada muito difícil antes da crise sanitária. “Chegamos a um momento da verdade para a Europa, com um engajamento franco-alemão determinado e podemos fazer desse momento da verdade, um momento de sucesso”, para uma “Europa mais solidária e soberana”, disse.

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Emmanuel Macron comemorou “o empréstimo comum de pelo menos € 500 bilhões de subvenções orçamentárias para as regiões mais atingidas” pela Covid-19.  

Entre outros assuntos importantes a serem tratados pela Europa no futuro próximo, o presidente citou o Brexit e a relação com o Reino Unido, que deverá ser “cooperativa e justa”. De acordo com ele, “nunca poderemos aceitar que estar fora da União Europeia permita acessar nosso mercado sem respeitar nossas regras, o que seria o inverso de uma Europa soberana”.

O desafio do clima também esteve na pauta.  “Devemos estar atentos para que o plano de relance Europeu e nacional respeite os objetivos de redução de emissões de gases de efeito estufa”, rumo a uma “neutralidade de carbono, até 2050”, afirmou.  

O presidente francês ainda citou as propostas da convenção Cidadã do Clima, aprovadas na França, e que segundo ele “combinam com uma Europa forte, com soberania alimentar e industrial”.

“A crise acelerou a conscientização coletiva, ao revelar nossas fragilidades e, às vezes, dependência”, completou Emmanuel Macron, citando os medicamentos contra a Covid-19 fabricados, em sua maioria, fora da Europa. “Isso tudo mostra uma mudança de modelo e o fim da inocência”, disse.

A relação com a China e a presença da Europa em zonas de conflito mundial também estavam na agenda. Em conclusão, o presidente francês pediu aos cidadãos europeus que percebam a importância de o bloco estar afinado em suas ideias.

“Em outros países afetados pela Covid-19, a ajuda às empresas e aos cidadãos não foi maciça” como aconteceu na Europa. “Em muitos lugares, a epidemia foi sinônimo de suspensão da vida democrática, mas não na Europa”, reiterou o presidente, destacando o que considera um exemplo de “solidariedade e liberdade”.

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