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Demissão de 8 mil funcionários da PSA cai como uma bomba na França

Imprensa fala de comoção nacional e de punhalada pelas costas na indústria automotiva; governo de François Hollande não aceita plano e contesta os 250 milhões de euros em dividendos distribuídos no ano passado pelo grupo

Demissão de 8 mil funcionários da PSA cai como uma bomba na França (Foto: Benoit Tessier/REUTERS)
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Roberta Namour – correspondente do 247 em Paris - O anúncio de quinta-feira da PSA Peugeot Citroën do corte de 8 mil postos de trabalho na França e do fechamento da fábrica de Aulnay causou um choque no cenário social, mas também em termos políticos.

Nesta manhã, todos os jornais franceses questionam na capa o impacto dessa crise anunciada. "Com este plano de reestruturação, a PSA apunhalou a indústria automotiva", afirmou Jean-Paul Pierot, no l’Humanité. Nicolas Demorand, do Libération, receia que esta "sangria" afunde os empregados e suas famílias em um drama. "É uma comoção nacional," anunciou Rémi Godeau do Est Républicain, diante dos "danos humanos que se anunciam terríveis".

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O presidente François Hollande expressou sua "profunda preocupação" após o anúncio e pediu ao primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault para colocar em prática todos os esforços necessários para limitar as consequências sociais. Trata-se da primeira grande crise enfrentada por seu governo.

"Nós não aceitamos o plano de demissão do fabricante de automóveis", martelou Arnaud Montebourg, ministro da Indústria. “Porque razão, no ano passado, a Peugeot distribuiu 250 milhões de euros em dividendos aos accionistas e o anterior governo não fez nada? Porque é que a Peugeot comprou as suas próprias acções por 199 milhões?”., questionou. Montebourg frisou que se tratou de “operações financeiras de conveniência, não para o investimento ou a melhoria da competitividade. Agora é preciso responder a estas questões”.

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"Desde 2010, deliberadamente escondemos embaixo do tapete a realidade de uma empresa que estava perdendo dinheiro e que fez escolhas estratégicas ruins", acrescentou Benoit Hamon, ministro da Economia, fingindo ignorar que a PSA tem capital aberto na bolsa e publica a cada semestre suas contas.

O primeiro fechamento de uma fábrica de automóveis na França desde o Renault Billancourt, em 1992, causou um solavanco nos socialistas e nas suas promessas de campanha. Entre os dois turnos das eleições presidenciais, a poucos minutos antes do debate entre Nicolas Sarkozy e François Hollande, cem funcionários da PSA fizeram uma manifstação em frente ao estúdio. O então candidato socialista disse a eles: "Saibam que após o 6 de maio, se os franceses me escolherem, vamos analisar esse assunto ». Essa hora chegou, provavelmente não da forma com que Hollande planejava.

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