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Deputado socialista uruguaio diz que objetivo principal da direita é tirar Frente Ampla do governo

O deputado do Partido Socialista Uruguaio, Roberto Chiazzaro, analisa o quadro eleitoral no país onde se realiza neste domingo (24) o segundo turno das eleições presidenciais. Em sua opinião, a direita não tem uma proposta programática. O objetivo da coalizão oposicionista é tirar a Frente Ampla do governo

Frente Ampla, Uruguai (Foto: Divulgação)
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247, por Jeferson Miola, em seu blog - Estamos lutando contra uma coalizão cujo objetivo principal é tirar a Frente Ampla do governo. Esse é o objetivo básico, é o motivo que os une. Aqui não há de parte da oposição uma proposta programática”.

Essa é a opinião do deputado Roberto Chiazzaro [Partido Socialista (PS), integrante da Frente Ampla (FA)], sobre a coalizão conservadora que abarca, além dos partidos centenários do Uruguai – Nacional e Colorado – também o pequeno Partido Independiente e o Cabildo Abierto, um partido de corte fascista.

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Essa afirmação é confirmada observando-se a campanha eleitoral oposicionista. A direita, a extrema-direita e os meios de comunicação se uniram num objetivo só: interromper o ciclo progressista no Uruguai. Não apresentam um projeto a favor do país, mas contra a Frente Ampla.

Roberto Chiazzaro é Secretário de Relações Internacionais do PS e integrante da Comissão de Relações Internacionais da Frente Ampla [CARIFA]. Profissionalmente, é professor de História da Universidad de la República [UDELAR].

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Em entrevista ao Brasil247, Roberto expôs aspectos que, na opinião dele, demonstram as importantes conquistas do povo uruguaio durante os governos da FA: diminuição da desigualdade, avanços no sistema educacional, ganho real dos salários, políticas de gênero etc.

Ele também entende que nos 15 anos com a Frente Ampla, o Uruguai conseguiu diminuir a dependência econômica em relação à Argentina e ao Brasil, e isso foi fundamental para garantir a paz social e a estabilidade econômica.

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Apesar desses avanços sociais e econômicos, o cenário eleitoral é de dificuldade para a FA conquistar o 4º governo, ele admite.

A segurança pública, explorada pelos meios de comunicação e pela oposição, e o nível de desocupação ao redor de 9%, são fatores determinantes dessas dificuldades. Ele também aponta que o custo de vida elevado e os problemas habitacionais também contribuem para isso.

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Na visão de Chiazzaro, nenhuma análise pode desconsiderar o contexto internacional. Os acontecimentos na região, “que todos os dias nos surpreendem com rebeliões sociais” – Chile, Equador, Bolívia, Colômbia – estão relacionados com a crise capitalista de 2008 que, do seu ponto de vista, representa “o fim da agenda de Davos e o início de uma nova etapa”.

Ele avalia que a globalização financeira gerou uma enorme desigualdade e uma crise do sistema, que decorre da falta de rentabilidade para o capital que, para compensar a perda de ganhos, impõe políticas de ajuste e austeridade.

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A crise gera insegurança e quebra da confiança na democracia. As pessoas passam a acreditar em saídas não democráticas, autoritárias, em busca de segurança. Isso explica o surgimento de regimes de direita com apoio popular, entende ele.

Uma evidência disso é o resultado do plebiscito, que ocorreu em simultâneo à eleição presidencial, sobre mudança constitucional para autorizar a atuação do Exército na segurança pública. Embora a mudança constitucional não obteve a votação necessária para ser validada, 43% da população uruguaia manifestou-se favoravelmente à medida.

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Chiazzaro entende que a emergência do grupo Cabildo Abierto, que existia subsumido nos partidos tradicionais, é expressão dessa realidade. Em visa disso, ele pensa que

A democracia uruguaia tem um grande desafio, independentemente do resultado que vamos ter no próximo 24 de novembro, que é saber se a democracia uruguaia vai poder controlar este fenômeno chamado Cabildo Abierto. E, sobretudo, se esta aliança conservadora vai poder conter a influência que está tendo Cabildo Abierto”.

O deputado socialista destaca que o Cabildo Abierto se vê reforçado com o avanço das seitas pentecostais e do apoio que recebe dos setores mais conservadores da Igreja Católica. Para um país de tradição laica como o Uruguai, isso é uma novidade assombrosa.

Para ele, a influência brasileira é evidente no fortalecimento dessa força da extrema-direita, cujo desempenho eleitoral foi muito significativo na fronteira com o Brasil, como nos departamentos de Artigas, Rivera e Treinta y Tres.

Chiazzaro acredita, por fim, que a Frente Ampla conseguiu demonstrar à população os riscos que representa o retorno do neoliberalismo ao país, que causará retrocessos e destruição de direitos, como aconteceu na Argentina na tentativa de restauração neoliberal com Maurício Macri.

Ele confia que a força da militância frente-amplista poderá fazer a diferença e reverter este cenário de dificuldades que a Frente Ampla enfrenta nesta eleição, alentando a esperança na conquista do 4º mandato presidencial.

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