Em guerra, União Europeia leva o Nobel da Paz
Com suas ruas tomadas por milhões de manifestantes, em Madri, Atenas, Paris e várias outras capitais, o Velho Continente é premiado pela Academia Sueca, numa escolha totalmente política. Afinal, é justamente a receita de ortodoxia do euro que vem impedindo a paz social

247 – A União Europeia vive um momento de paz? Certamente, não. Com as ruas de várias capitais tomadas por milhares de manifestantes, que protestam contra o desemprego e a crise econômica, o momento é de inquietação social. Um dos motivos da crise é justamente a união monetária dos países, que impõe uma receita ortodoxa às economias dos países periféricos e os impede de combater suas recessões com instrumentos próprios.
Nesta sexta-feira, no entanto, a Academia Sueca decidiu conferir o prêmio Nobel da Paz não a uma pessoa, como de costume, mas a uma construção coletiva: a União Europeia. Certamente, a aproximação entre os países do Velho Continente contribuiu para “seis décadas de paz”, como definiram os membros da Academia Sueca, depois do trauma de duas guerras mundiais.
Mas a escolha foi claramente política, no momento em que alguns países, como Grécia e Espanha, discutem a saída do euro para encontrar mecanismos para sair da recessão profunda. Na Grécia, a economia afundou mais de 7% no último ano e, na Espanha, o desemprego bate em quase 30%. Além disso, há movimentos separatistas, como a da Catalunha. Neste contexto, o apego religioso aos dogmas da União Europeia e à ortodoxia econômica podem trazer a convulsão social, e não a paz.
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