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Em plena epidemia de Covid-19, sul-coreanos vão às urnas para eleições legislativas

Enquanto boa parte do planeta está confinada, cerca de 44 milhões de eleitores sul-coreanos foram convocados às urnas nesta quarta-feira (15) para renovar os 300 assentos da Assembleia do país

Funcionários de uma empresa de limpeza preparam uma sala que vai servir de seção eleitoral durante as eleições legislativas na Coreia do Sul, na quarta-feira, 15 de abril de 2020 (Foto: REUTERS - KIM HONG-JI)
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Stéphane Lagarde, da RFI - Enquanto boa parte do planeta está confinada, cerca de 44 milhões de eleitores sul-coreanos foram convocados às urnas nesta quarta-feira (15) para renovar os 300 assentos da Assembleia do país. Sob o estrito controle das autoridades sanitárias, o respeito às normas estabelecidas para lutar contra o coronavírus durante a votação deverá ter a mesma importância do que os resultados. A Coreia do Sul é um dos poucos países a conseguir controlar a epidemia sem confinar a população.

As linhas de adesivos pretos colados no chão lembram os eleitores sobre a distância de um metro a ser mantida entre os indivíduos. Na última sexta-feira (10) e sábado (11), o primeiro andar da prefeitura do bairro de Yeonge, em Busan, no sudeste do país, acolheu muitos eleitores, como boa parte dos locais onde as pessoas puderam votar antecipadamente na Coreia do Sul.

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A taxa de participação nos dois primeiros dias foi alta – sinal de que os sul-coreanos tentaram evitar aglomerações. Os cidadãos também não esqueceram as máscaras, já que o acessório é obrigatório para entrar nas seções eleitorais. O país - que estabeleceu um método eficaz para lutar contra a Covid-19 - registra mais de 10,5 mil casos e apenas 222 mortes.

“O processo é mais lento do que normalmente devido ao coronavírus, mas as medidas de prevenção e segurança tranquilizam aqueles que tinham medo de vir votar. Estamos desinfetando as seções eleitorais. É preciso usar máscaras e estamos distribuindo luvas.Também medimos a temperatura dos eleitores na entrada. Depois de tudo isso, as pessoas podem votar”, explica Jin Myong-jun, um dos responsáveis pela organização da votação na prefeitura do bairro de Yeonge.

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Coronavírus mudou o clima das eleições

As medidas sanitárias também foram reforçadas para os candidatos e seus simpatizantes. Em uma rua movimentada do centro de Busan, militantes abordam os motoristas, respeitando a distância de um metro.

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Seo Jong-suk faz campanha utilizando luvas e máscara nas cores branco e rosa – cores do partido de sua candidata. “Não descartamentos essas proteções e, antes de voltar para casa, lavamos bem as mãos. Prestamos atenção à distância que temos que respeitar entre as pessoas. Não é uma campanha normal, tudo está mais calmo, o coronavírus deu outro clima às eleições”, afirma.

Na entrada do local de votação do bairro chinês, todos os instrumentos contra a Covid-19 estão expostos sob uma mesa: gel hidroalcoólico, luvas para distribuição e um termômetro para medir a temperatura dos eleitores.

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Ao chegar ao local, Kim Mi-yong conta à RFI que se sente em segurança. “As pessoas respeitam a distância de um metro e tenho a impressão de que tudo foi bem organizado. Além disso, as contaminações diminuíram, então não tenho medo de ir votar. É claro que quando ouvimos alguém tossir, nos afastamos”, diz.

Organização da votação

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Entre as cerca de 50 mil pessoas colocadas em confinamento após terem sido testadas positivo à doença ou serem suspeitas de contaminação, aquelas que não apresentam sintomas da Covid-19 poderão sair na quarta-feira acompanhadas de um funcionário do governo para votar em horários fixos, de 17h20 às 19h. Os outros votarão em lugares separados.

“Devido às medidas de prevenção, precisamos de mais voluntários. O recrutamento dessas pessoas não foi fácil. Muita gente se preocupou de ter que ir trabalhar durante a epidemia, quando esperamos que os eleitores compareçam em massa. Mas o protocolo de segurança é estrito e esse é um trabalho de interesse público. No final, não tivemos muitas recusas”, comemora o funcionário Jin Myong-jun.

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Do alto das colinas de Busan, altos-falantes lembram das medidas de precaução contra o coronavírus. Alguns militantes compartilham dicas para se proteger, como Park Jang-hyun. “O mais importante é reforçar a imunidade. Por isso, é preciso se alimentar corretamente. Nós, sul-coreanos, temos o kimchi, o repolho fermentado e a sopa de soja. Aqueles que só comem massa instantânea são menos resistentes ao vírus”, afirma.

As recomendações para reforçar o organismo são importantes. Mas foi sobretudo uma estratégia de testes em massa dos cidadãos que apresentavam sintomas, além do rastreamento dos contaminados que permitiu à Coreia do Sul controlar o coronavírus. Por enquanto, a epidemia parece estar estabilizada no país, mas no momento de sair para votar, ela ainda é a principal preocupação da população.

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