Equador corta internet de fundador do Wikileaks, mas reafirma asilo

247 - Após a divulgação de e-mails comprometedores para a campanha de Hilary Clinton à Presidência dos EUA, o governo do Equador cortou a conexão à internet de Julian Assange, fundador do Wikileaks asilado na embaixada do país em Londres há mais de quatro anos. Em meio à especulações de que poderia "expulsar" Assange em breve, o governo equatoriano usou o Twitter para se manifestar e reforçar a concessão de asilo ao fundador do site.

"Frente às especulações das últimas horas, o governo do Ecuador reafirma a vigência do asilo concedido a Julian Assange há quatro anos Ratificamos que a proteção do Estado equatoriano seguirá enquanto as circunstâncias que motivaram a concessão do dito asilo permaneçam", diz a mensagem.

O site fundado por Assange também usou o microblog para se manifestar, destacando que o acesso a internet seguia cortado.

Reportagem da Reuters explica o pano de fundo do conflito: 

WASHINGTON (Reuters) - O grupo pró-transparência WikiLeaks disse nesta segunda-feira que a internet de Julian Assange, seu fundador, foi cortada pelo governo do Equador, desviando a culpa dos governos dos Estados Unidos ou Reino Unido que mantêm disputas com Assange por conta da divulgação de material sensível.

"Nós podemos confirmar que o Equador cortou o acesso à internet de Assange no sábado, logo depois da publicação dos discursos da Goldman Sachs de Hillary Clinton”, afirmou o comunicado do WikiLeaks.

Assange mora e trabalha na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012, onde obteve asilo depois que uma corte britânica ordenou a extradição dele para a Suécia para ser interrogado num caso de abuso sexual envolvendo duas simpatizantes do WikeLeaks.

O WikiLeaks disse que Assange perdeu a conexão à internet no domingo à noite.

"Nós ativamos os planos apropriados de contingência”, acrescentou a mensagem via Twitter nesta segunda-feira. Pessoas próximas ao WikiLeaks dizem que o próprio Assange é o principal operador da conta de Twitter.

Nas duas últimas semanas, autoridades do Partido Democrata e agências do governo dos Estados Unidos acusaram o governo russo de realizar uma campanha de ciberataques contra organizações do partido antes das eleições presidenciais de 8 de novembro.