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'Estou morrendo aos poucos', diz Assange em telefonema de Natal para colega

"Acho que ele queria alguns minutos para escapar da sua realidade na prisão", disse o colega de Assange, acrescentando que seu amigo soava irreconhecível na ligação telefônica

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Sputnik - Neste Natal, as autoridades britânicas permitiram ao jornalista Julian Assange realizar uma ligação telefônica para amigos ou familiares, a partir da prisão de segurança máxima na qual se encontra, no sudeste da capital do Reino Unido, Londres.

O jornalista e amigo de Assange, Vaughan Smith, teria recebido o telefonema do ativista e fundador do Wikileaks na véspera de Natal.

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"Acho que ele queria alguns minutos para escapar da sua realidade na prisão", disse o colega de Assange, acrescentando que seu amigo soava irreconhecível na ligação telefônica.

Mas, a ligação não foi nem um pouco alegre. Smith conta que Assange tem dificuldade em falar e que a deterioração de sua condição ficou evidente durante a conversa.

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"Ele me disse: 'Estou morrendo aos poucos aqui'", contou Smith à RT.

Smith disse suspeitar que seu colega estava sedado, apesar de Assange não ter dito isso expressamente durante a conversa.

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"Ele falava enrolado e devagar. O Julian é uma pessoa muito articulada, que se expressa muito claramente. E ele soava péssimo... foi muito triste ouvi-lo", relatou seu colega.

Para Smith, "era bastante óbvio" que Assange estava sobre efeito de medicação, acrescentando que outras pessoas que visitaram o ativista tiveram a mesma impressão.

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De fato, Smith não é a primeira pessoa a suspeitar que Assange é sedado na prisão. No entanto, as autoridades britânicas se recusam a divulgar informações sobre eventual medicação prescrita a Assange, se limitando a garantir que "não estão destratando" o ativista.

Considerando que ele é "mantido em solitária 23 horas por dia", e que pedidos de médicos para examiná-lo são reiteradamente negados, Smith diz ser difícil acreditar nas garantias das autoridades.

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Smith, que comemorou o Natal com Assange em 2010, lembrou que "ele foi uma companhia maravilhosa", mas que o homem que conversou com ele ao telefone "parecia outra pessoa".

"Eu não consigo entender nem o motivo pelo qual ele está na prisão de Belmarsh. Ele está em prisão preventiva, apesar de não representar nenhuma ameaça à sociedade", argumentou.

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Belmarsh é uma prisão destinada a presos de alta periculosidade, que normalmente recebe assassinos e terroristas. Assange não atende a nenhuma dessas categorias e foi preso inicialmente por uma infração considerada menor: não se apresentar ao tribunal após ter sido liberado sob fiança. Mesmo assim, foi colocado em uma prisão de segurança máxima, onde aguarda julgamento relativo à extradição para os Estados Unidos da América.

Para Smith, o sistema penal britânico se vinga de um ativista que teve a audácia de divulgar a verdade sobre a conduta de países poderosos.

"O que está acontecendo com Assange é muito mais uma vingança e procurar usá-lo como exemplo, para dissuadir outras pessoas de responsabilizar os EUA pelos seus atos", disse Smith.

Smith lembrou a importância de pressionar as autoridades britânicas para que forneçam informações acerca do tratamento dispensado a Assange na prisão.

"[Assange] propôs um debate sobre como deve ser a transparência na era digital. O debate foi reprimido e nunca pôde ocorrer de fato. Ao invés disso, ele virou réu. É por isso que ele está em Belmarsh".

Smith lembra que Assange está preso "de uma forma ou de outra" desde que se refugiou na Embaixada do Equador em Londres, em 2012.

"Nós temos que questionar mais. Julian está com a sua liberdade cerceada por mais de uma década. É uma desgraça. Ele merece mais do que isso", concluiu.

Julian Assange foi preso pelas autoridades britânicas em abril de 2019, após o Equador ter rescindido o seu status de asilado político.

Com o aval do governo equatoriano, a polícia britânica entrou na embaixada e prendeu o fundador do site WikiLeaks, acusado de ter violado as condições de liberdade sob fiança no Reino Unido em 2012, crime passível de pena de um ano de prisão.

O jornalista havia buscado asilo na Embaixada do Equador para evitar a extradição aos Estados Unidos, que o acusam de ter publicado ilegalmente documentos confidenciais. O jornalista alega que pode ser sentenciado a prisão perpétua pela Justiça norte-americana.

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