CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Mundo

Ex-premiê britânico critica Olavo de Carvalho e Brasil submisso aos EUA

O Itamaraty não pode "trair sua tradição diplomática", disse à Sputnik Brasil especialista em relações internacionais ao comentar as críticas feitas pelo ex-premiê britânico Brown ao Brasil

Gordon Brown, Olavo de Carvalho, Jair Bolsonaro e Donald Trump (Foto: Reuters | Alan Santos/PR)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Sputnik - Em coletiva realizada na quarta-feira (3) em Genebra, na Suíça, o ex-premiê britânico Gordon Brown explicou sua iniciativa de mandar carta aos líderes do G-20 (grupo que reúne as maiores economias do mundo) pedindo que o bloco volte a se encontrar para planejar resposta global à crise econômica e ao coronavírus.

Segundo coluna de Jamil Chade, do UOL, o ex-primeiro-ministro trabalhista disse que a "história não será gentil" com líderes que optarem por uma postura contrária ao multilateralismo. "Qualquer um que achar que pode liderar uma coalizão antiglobalista está errado", complementou.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Eu me lembro de como o Brasil era ativo na cooperação em termos econômicos, mudanças climáticas e pressionando por acordo comercial", afirmou Brown ao lembrar o papel do país na consolidação do G-20 como fórum de debate. "O Brasil tem uma história de cooperação internacional e deve se lembrar disso", acrescentou o ex-premiê.

Para Paulo Velasco, diretor do curso de Relações Internacionais da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), Brown foi "bastante preciso" em suas declarações.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"O Brasil deveria buscar atuar mais em conformidade com os organismos internacionais, e certamente não atuando na contramão deles, ou copiando posturas e críticas feitas pelo governo Donald Trump ao multilateralismo", afirmou.

Segundo o pesquisador do Cebri (Centro Brasileiro de Relações Internacionais), o Brasil tem "violado suas melhores tradições diplomáticas".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"A postura do Gordon Brown aponta para o modo como o Brasil tem violado e contrariado suas melhores tradições diplomáticas. País que sempre buscou, sobretudo ao longo do século 20, e nesse início de 21, um engajamento internacional maior, privilegiando os foros internacionais, o multilateralismo. Esse é justamente o caminho para ampliarmos e fortalecemos nossa legitimidade internacional", apontou o especialista.

Velasco afirmou também que "não é interessante no âmbito internacional" os países "mudarem muito radicalmente". Ele aponta influência do escritor Olavo de Carvalho no Itamaraty, e diz que atualmente a "percepção da política externa brasileira é muito negativa mundo afora".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Essa orientação antiglobalista, as ideias de Ernesto Araújo [ministro das Relações Exteriores] e do Filipe Martins [assessor da Presidência para assuntos internacionais], influenciados pelo Olavo de Carvalho, são ideias que não têm muito a ver e nunca combinaram com o modo como o Brasil pensava o mundo e sua atuação internacional. Deixar nos levar por esse tipo de ideias acaba abalando muito a imagem internacional do país", ponderou.

O analista disse ainda que o Brasil não pode se deixar "seduzir" pelo "isolacionismo", e que o governo deveria "perceber" que a legitimidade do país no cenário internacional, conquistada ao longo de muito tempo, pode ser rapidamente perdida. 

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Demora-se muito tempo para construir uma imagem que aponte para a credibilidade e inspire confiança em outros atores, mas leva-se muito pouco tempo para perder essa confiança e credibilidade, e infelizmente é isso o que tem acontecido", afirmou Paulo Velasco.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO