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'Exército brasileiro pode virar puxadinho das Forças Armadas dos EUA'

O anúncio oficial de que um general brasileiro será integrado à estrutura de direção do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos é fato grave, sem precedentes na história e ilegal; o anúncio surpreendente foi feito pelo almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, num depoimento à Comissão de Forças Armadas do Senado dos Estados Unidos no dia 7 de fevereiro; ele revelou que "até o fim do ano o Brasil enviará um general para servir como vice-comandante de interoperabilidade do Comando Sul"; segundo Gilberto Maringoni, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, "o Exército brasileiro virou um puxadinho das Forças Armadas dos EUA"

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247 - O anúncio oficial de que um general brasileiro será integrado à estrutura de direção do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos é fato grave, sem precedentes na história e ilegal.  O anúncio surpreendente foi feito pelo almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, num depoimento à Comissão de Forças Armadas do Senado dos Estados Unidos no dia 7 de fevereiro. Ele anunciou que "até o fim do ano o Brasil enviará um general para servir como vice-comandante de interoperabilidade do Comando Sul". Segundo Gilberto Maringoni, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC, "o Exército brasileiro pode virar um puxadinho das Forças Armadas dos EUA".

A notícia foi confirmada nesta terça-feira (6) pelo Ministério da Defesa do Brasil à jornalista Maria Cristina Fernandes, do jornal Valor Econômico (aqui). Segundo a reportagem, a assessoria do Ministério teria ainda informado que a situação é inédita na história. Na verdade, esclareceu Maringoni, que é também um dos integrantes do Jornalistas pela Democracia do Brasil 247, apenas na Segunda Guerra Mundial houve algo semelhante: "Na Campanha da Itália, os soldados da FEB, incorporados ao 5º Exército dos EUA, comandado pelo general Mark Clark, participaram de batalhas decisivas, como a conquista de Monte Castelo, Castelnuovo e Montese. Mas essa foi a única ocasião em que ficamos subordinados aos EUA diretamente. Depois, quando as Forças Armadas participaram em Suez, República Dominicana, Haiti e outras, integramos forças da ONU". Portanto, acrescentou ele, "nossa regressão é a antes de 1944, quando fomos à campanha da Itália".

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Segundo Maringoni, o fato é "gravíssimo". No documento apresentado pelo almirante Faller ao Senado dos EUA (leia a íntegra abaixo), observa o professor da UFABC, "ele aponta Cuba, Venezuela e Nicarágua como contrários aos interesses dos EUA e, portanto, inimigas do país; com a participação do Exército brasileiro na? estrutura formal das Forças Armadas dos EUA, esses países passarão a ser inimigos do Brasil, um país que nunca teve inimigos antes?". A articulação entre os EUA e os militares brasileiros foi feita durante o governo Temer e, segundo Maringoni, é ilegal: "Não passou pelo Congresso e é abertamente ilegal. Significa fazer um acordo de informação e atuação das FFAA brasileiras, submetendo-as à força militar de outro país".

Para Artur Araújo, consultor e analista político, "uma redução muito preocupante da soberania e da segurança nacional do Brasil. Isso nunca ocorreu, nem durante a ditadura militar, muito pelo contrário". Ele observou que mesmo durante o regime militar um acordo do gênero seria "impensável". Ele chamou atenção para o fato de que "o Comando Sul não é um 'centro de estudos'; tem por missão usar a força no Caribe, nas Américas Central e do Sul, entrar em combate, se essa for a ordem unilateral do governo dos EUA. Ou seja, o Brasil pode se ver envolvido em guerra sem que o Congresso Nacional tenha autorizado".

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Araújo considera que o governo brasileiro deve explicações públicas e detalhadas: "No mínimo, o comando do Exército, o Ministro da Defesa e o comandante-em-chefe das nossas Forças Armadas, o presidente Bolsonaro, têm que esclarecer muito bem porque querem ser comandados pelas Foças Armadas de outro país".

Leia a seguir o documento apresentado pelo almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos, à Comissão de Forças Armadas do Senado dos Estados Unidos no dia 7 de fevereiro passado:

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