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G20: Indonésia pressiona países ocidentais a atenuarem críticas à Rússia

A cúpula do G20 em Bali é vista pelo presidente indonésio, Joko Widodo, como a "mais difícil" reunião do grupo na história

G20: Indonésia pressiona países ocidentais a atenuarem críticas à Rússia (Foto: REUTERS/Feline Lim)

247 - Altos oficiais indonésios estão se esforçando para prevenir críticas contundentes à Rússia em uma tentativa de obter consenso para a adoção de uma declaração conjunta do G20, informa o site Politico, citando três diplomatas. O grupo se reúne na ilha de Bali entre esta terça e quarta-feira. 

O próprio presidente indonésio, Joko Widodo, busca obter concessões dos governos europeus e dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão, para que estes demonstrem flexibilidade e garantam o consentimento da Rússia a um comunicado final. 

Moscou será representada pelo chanceler Sergey Lavrov. A Ucrânia, que não é membro do G20, foi convidada pela anfitriã Indonésia a participar da cúpula como observadora. O presidente Volodymyr Zelensky discursará virtualmente.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping, comparecerão. Outros participantes notáveis incluem o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

Segundo o site, uma possibilidade seria incluir no comunicado um trecho em "defesa do direito internacional" --uma redação mais codificada que a adotada pelo G7, que criticou duramente a Rússia pelo conflito armado na Ucrânia. Em 2014, o então G8 excluiu a Rússia do grupo por conta da chamada "anexação da Crimeia". Widodo busca evitar a exclusão da Rússia do G20. 

Países como China, Índia, Brasil e Arábia Saudita foram descritos como estando "em cima do muro" em relação à questão ucraniana. 

Outro problema para o presidente indonésio é a possibilidade de a cúpula terminar sem a tradicional foto do grupo, uma vez que líderes de países ocidentais hesitam em aparecer na mesma imagem que Lavrov, um dos maiores aliados do presidente russo, Vladimir Putin. Os diplomatas descreveram Widodo como "interessado" em avaliar as opiniões de outros líderes sobre ter uma foto em grupo. 

A cúpula do G20 em Bali é vista pelo presidente indonésio como a "mais difícil" reunião do grupo na história, com as tensões geopolíticas ofuscando a urgência da agenda econômica. O evento ocorre em meio à lenta recuperação econômica global, ao aumento vertiginoso da inflação em muitos países e à disrupção das cadeias de produção de semicondutores, bem como a crescentes pedidos de ações drásticas para reverter a iminente crise climática.

Em entrevista a um jornal na semana passada, Widodo lamentou a possibilidade de tensões geopolíticas ofuscarem a cúpula, que ele disse que "não deve ser um fórum político".

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