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Governo francês anuncia novo saldo de detenções e fala em perdas econômicas

Ao todo, 1.723 pessoas foram detidas na França, no sábado (8), durante o quarto dia de manifestações dos "coletes amarelos", anunciou neste domingo (9) o Ministério do Interior; Emmanuel Macron irá anunciar novas medidas em resposta a esta crise que coloca seu quinquênio à prova

Governo francês anuncia novo saldo de detenções e fala em perdas econômicas (Foto: STEPHANE MAHE)
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RFI Brasil - Ao todo, 1.723 pessoas foram detidas na França, no sábado (8), durante o quarto dia de manifestações dos "coletes amarelos", anunciou neste domingo (9) o Ministério do Interior. Emmanuel Macron irá anunciar novas medidas em resposta a esta crise que coloca seu quinquênio à prova.

Foram cerca de 136.000 manifestantes no sábado, um número recorde de prisões em Paris, danos materiais na capital e regiões, mas menos lesões.

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Muitos ministros já estavam na frente da imprensa neste domingo de manhã, à imagem de Bruno Le Maire, ministro da Economia, para quem esses distúrbios representam "uma catástrofe para a nossa economia."

"Obviamente, nós subestimamos a necessidade dos nossos cidadãos de falar, de contar das suas dificuldades e de se associar para a construção de soluções", admitiu seu porta-voz lado do governo Benjamin Griveaux.

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Emmanuel Macron deve falar "no começo da semana" e medidas sociais fortes e concretas são esperadas.

"Hora do diálogo"

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"Chegou a hora do diálogo e nós precisamos reconstruir a unidade nacional, prejudicada por esta revolta popular sem precedentes, nascida nas redes sociais", disse na noite de sábado o primeiro-ministro Edouard Philippe.

Neste quarto dia de mobilização, as autoridades conseguiram parar a escalada da violência graças a um uso massivo de interpelações: por toda a França, o Ministério do Interior tem relatados 1723 presos, dos quais 1.220 foram detidos pela polícia.

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Paris bateu o recorde com 1.082 detenções, contra 412 no sábado anterior, incluindo pessoas presas por portar martelos, bolas de boliche e outros objetos que podem ser usados como armas

Dos 900 policiais que cobriam a cidade de Paris, 500 ainda estavam trabalhando neste domingo de manhã, disse o Ministério Público.

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No entanto, novas cenas de violência foram observadas em vários lugares da França. Numerosas bombas de gás lacrimogênio em Paris, vitrines quebradas sob as luzes de Natal, muitos saques, carros queimados em Paris, Bordeaux, Toulouse e ainda bloqueio nas estradas: as imagens de sábado impressionaram novamente a França o exterior.

Impacto econômico

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Em Paris, os confrontos foram menos violentos do que em 1º de dezembro, relatou o Ministério do Interior. A prefeitura de Paris anunciou, porém, neste domingo que ontem houve mais danos materiais do que no fim de semana anterior.

"Há mais danos após o dia de ontem do que há uma semana", declarou Emmanuel Grégoire, primeiro adjunto da prefeita Anne Hidalgo responsável pelas finanças.

Os incidentes não se concentraram apenas na região da Champs-Élysées, afetando outros bairros, acrescentou Grégoire. O impacto econômico também foi maior, pois a Torre Eiffel, o Louvre e muitas lojas permaneceram fechadas.

Um dispositivo "excepcional" estava previsto, com 89.000 membros das forças de segurança implantados em todo o país, incluindo 8.000 em Paris apoiada por 14 veículos de rodas blindados, utilizados pela primeira vez na capital francesa.

Mil "coletes amarelos" também marcharam em Bruxelas, onde 400 pessoas foram presas e um oficial ferido.

Da Turquia, o presidente Recep Tayyip Erdogan denunciou a "violência" das autoridades francesas.

Concessões em vão

Em paralelo e num clima de tranquilidade, milhares de pessoas participaram de marchas para o clima em várias cidades francesas, incluindo alguns vestindo coletes amarelos com slogans chamando para lutar com o mesmo espírito contra a "emergência climática" e a emergência social.

Alvo recorrente dos manifestantes, que pedem "Fora Macron", o chefe de Estado tem deixado até agora o primeiro-ministro Edouard Philippe à frente do Parlamento e da mídia.

As concessões do Executivo, incluindo o cancelamento do aumento no imposto sobre os combustíveis, parecem ter tido o efeito principal de minar o primeiro-ministro, que defendia uma mera moratória do imposto, antes de ser brutalmente negado pelo Eliseu. Deve-se anunciar um ponto de virada social ou "manter o curso" das reformas até então?

O líder da França Insubmissa (LFI, na sigla em francês), da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, evocou novamente no sábado "a dissolução" da Assembleia Nacional. "Três quartos das alegações de coletes amarelos estão em nosso programa", ele também assegurou, enquanto o movimento está reticente a qualquer classificação política.

Os deputados do LFI, comunistas e socialistas devem apresentar uma moção de censura contra o governo na segunda-feira, que deve ser debatida na quarta ou quinta-feira, mas não tem chance de ser adotada.

Da Bélgica, o presidente do Reagrupamento Nacional (ex-Frente Nacional), Marine Le Pen, que também quer uma dissolução do Parlamento, pediu a Emmanuel Macron "respostas fortes ao sofrimento" dos "coletes amarelos".

Uma consulta de três meses e meio terá início no próximo sábado em toda a França, com sindicatos, eleitos locais e "coletes amarelos". O governo está empenhado em identificar "medidas de acompanhamento justas e eficazes".

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