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Mundo

Greve pelo clima ganhará o mundo nesta sexta-feira, 20

A Greve Global pelo Clima, marcada para esta sexta-feira (20), em todo o mundo, promete ser um divisor de águas no ativismo climático. O evento se estende até o dia 27 de setembro com protestos internacionais que cobram de autoridades e empresas ações de combate à degradação do meio ambiente

(Foto: Reuters)
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Da Rede Brasil Atual - O planeta pede socorro e a Greve Global pelo Clima, marcada para esta sexta-feira (20), em todo o mundo, é um grito de alerta. O evento se estende até o dia 27 de setembro com protestos internacionais que cobram de autoridades e empresas ações de combate às mudanças climáticas.

A situação é premente. Cada década desde a de 1970 tem sido sucessivamente mais quente que a anterior. Dos 22 anos mais quentes registrados em escala global, 20 ocorreram desde 1998. No período entre 2014 e 2018 houve clara aceleração do aquecimento global, evidenciada pelo derretimento das geleiras.

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Apesar disso, continua em franco crescimento a queima de combustíveis fósseis diretamente relacionada ao modo de vida consumista perpetrado pelo capitalismo.

Além de desmoronamentos, incêndios florestais, quebras de safras agrícolas, fome, doenças, chuvas extremas, ondas de calor, enchentes e secas prolongadas, o aumento do nível dos oceanos, causado pelo derretimento das geleiras, deve produzir uma legião de desabrigados, inclusive na costa brasileira. Nesse contexto, diversas espécies estão sendo extintas a taxas até mil vezes maiores do que as consideradas normais.

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Todos esses alertas constam do manifesto divulgado pela Coalizão pelo Clima. Essa frente ampla, é composta por 70 organizações como Greenpeace, Lute pela Floresta, Famílias pelo Clima, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e partidos como Psol, PT e Rede. Foi inspirada no movimento Fridays for Future (Sextas-feiras pelo Futuro) – criado por jovem estudante sueca Greta Thunberg.

Desde o ano passado, todas as sextas-feiras a ativista sueca de 16 anos protesta diante do parlamento em defesa da Greve escolar pelo Clima. O movimento rapidamente ganhou a adesão de estudantes de diversos países europeus.

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Governo que ataca

Para Ricardo Serra, integrante da Coalizão, a expectativa é que este seja o maior ato de luta pelo clima e pelo ambiente que se tem notícia no Brasil nos últimos anos, diante da emergência causada pelo avanço dos desmatamento e das queimadas, tanto na Amazônia como no Cerrado brasileiros.

“A luta pelo clima e pelo ambiente no Brasil é urgente. Temos um governo que além de abertamente atacar as políticas ambientais, desmonta as capacidades do Estado de implementar e conservar o ambiente. De garantir, também, o direito dos povos originários e indígenas do Brasil”, assinala.

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“Nossos ecossistemas estão todos prejudicados. A previsão é que nosso Cerrado,o berço da maior parte das bacias dos rios São Francisco, Araguaia e Tocantins, pode acabar em 2030. Restam apenas 12,4% da Mata Atlântica. O Pantanal e os Pampas estão sendo destruídos. A Floresta Amazônica já perdeu 20% de sua cobertura original e está perdendo hoje o equivalente a três estádios de futebol por minuto”, denuncia o manifesto que pretende utilizar o conhecimento da ciência e os saberes dos povos originários, como indígenas, quilombolas e caiçaras, para debater com a sociedade os níveis já perigosos de interferência humana na Terra.

“Reivindicamos ações concretas e urgentes das autoridades. Pois, se tudo continuar como está, o futuro não existirá”, ressalta. “A lógica de desenvolvimento econômico desenfreado, que entende a natureza como fonte de recursos infinitos (não é!) que se mede em dinheiro, nunca trouxe equilíbrio nem justiça. Pelo contrário: criou as condições que nos levaram a esta situação.”

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Tudo pode ser melhor

Para alterar esse quadro, o movimento em defesa do clima cobra a neutralização das emissões de carbono até 2030 e a criação de políticas públicas de promoção do reflorestamento e investimentos em energias renováveis, além de cumprir o compromisso de Estado assumido no Acordo de Paris de reflorestar 12 milhões de hectares até 2025.

E que as autoridades mobilizem mais recursos para pesquisa e implementação de iniciativas e soluções voltadas para ações climáticas, assim como ampliem a educação sobre meio ambiente e sustentabilidade nas escolas, universidades e comunidades.

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Outra reivindicação é de que os grandes devedores do governo no setor empresarial – agronegócio,pecuária, bancos, igrejas, indústrias – paguem suas dívidas e o recurso seja utilizado para formar um fundo de combate às mudanças climáticas.

Os manifestantes, querem, ainda que a instituição de um conselho de combate às mudanças climáticas composto de forma paritária pela sociedade civil, comunidade científica, organizações não-governamentais e representantes do governo.

Se continuar como está, previsão é que o Cerrado, berço da maior parte das bacias dos rios São Francisco, Araguaia e Tocantins, pode acabar em 2030

A greve pelo clima

Nesta sexta-feira (20), em São Paulo, uma caminhada parte às 16h do Masp, onde ocorrerão diversos workshops e atividades abertas para o público infanto-juvenil. Além disso, haverá uma grande aula pública, entre 13h e 16h, com professores da USP, Unicamp e UFABC. Às 17h, crianças falarão sobre essa mobilização internacional em defesa do planeta.

Veja no quadro os protestos em todo o país. Quem não puder ir, avisa Ricardo Serra, pode participar compartilhando e curtindo os conteúdos e páginas da Coalizão pelo Clima, e das muitas outras organizações e coletivos engajados nos protestos. “Se alguém está numa cidade onde não há ato agendado, pode ela mesma, ou com seus amigos, ir para locais públicos com cartazes em defesa do clima e do planeta. Importante lembrar que a Greta começou a protestar sozinha, faltando às aulas nas sextas-feiras e com isso ajudou a mobilizar um movimento que hoje agita o mundo todo”, ressalta o ativista.

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