Greve portuária entra no segundo dia nos Estados Unidos
A paralisação afeta 36 portos nos EUA e atinge desde alimentos até automóveis, com impacto de bilhões de dólares por dia
Reuters – A Casa Branca expressou forte apoio aos trabalhadores portuários dos Estados Unidos, instando os empregadores a oferecerem um contrato "forte e justo" aos estivadores, que estão em greve pelo segundo dia consecutivo, uma ação que já começa a sufocar o transporte marítimo em grande parte do país. A notícia foi inicialmente veiculada pela agência Reuters e destaca o envolvimento direto do presidente Joe Biden no conflito trabalhista, que pode custar bilhões de dólares à economia americana.
A greve, liderada pelo sindicato International Longshoremen's Association (ILA), começou à meia-noite de terça-feira, após o fracasso nas negociações com a United States Maritime Alliance (USMX), entidade que representa os empregadores portuários. "As transportadoras marítimas estrangeiras lucraram enormemente desde a pandemia, enquanto os estivadores se arriscaram para manter os portos abertos. É hora de essas empresas oferecerem um contrato que reflita a contribuição dos trabalhadores para nossa economia e para seus lucros recordes", declarou Biden em uma publicação na rede social X.
A principal demanda do sindicato, que representa 45 mil trabalhadores, é um aumento salarial de 5 dólares por hora, por cada ano do novo contrato de seis anos, além de garantias contra projetos de automação portuária que ameaçam postos de trabalho. O líder da ILA, Harold Daggett, foi contundente: "Estamos preparados para lutar o tempo que for necessário, para permanecer em greve até conseguirmos os salários e as proteções contra a automação que nossos membros merecem."
A paralisação já afeta 36 portos, entre eles os de Nova York, Baltimore e Houston, responsáveis por uma ampla gama de produtos, desde bananas até automóveis. Analistas do JP Morgan estimam que a greve pode gerar prejuízos de aproximadamente 5 bilhões de dólares por dia para a economia dos EUA.
Impactos e Repercussão
Além dos impactos imediatos na cadeia de suprimentos, a greve também provocou respostas contundentes de figuras políticas. O ex-presidente Donald Trump responsabilizou a inflação pelo movimento grevista, dizendo que "todos entendem os estivadores, pois foram devastados por essa inflação, assim como todos no país". Enquanto isso, o governador da Virgínia, Glenn Youngkin, pediu ao governo Biden que interviesse para acabar com a greve, devido aos seus possíveis "efeitos devastadores" sobre a economia.
No entanto, Biden se manteve firme ao afirmar que não usará sua autoridade federal para interromper o movimento grevista. O Departamento de Agricultura dos EUA também tentou tranquilizar os consumidores, afirmando que não espera mudanças significativas nos preços ou na disponibilidade de alimentos a curto prazo.
Enquanto a greve continua, varejistas que representam cerca de metade do volume de contêineres transportados já implementam planos de contingência, visando minimizar os efeitos da paralisação durante a movimentada temporada de vendas de fim de ano.
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