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Igor Fuser: figura de Guaidó se esvazia dia após dia. Uma figura patética

"A autoproclamação dele como presidente da Venezuela caiu completamente no vazio, ele se tornou uma figura patética, uma figura ridícula. A única coisa que ele tinha realmente, que era o reconhecimento externo, vem pouco a pouco minguando também", avalia o professor de Relações Internacionais da UFABC Igor Fuser em entrevista à TV 247; para ele, ficou claro "que um suposto esquema militar insurgente, um esquema militar contrário ao governo do presidente Nicolás Maduro é uma mentira, um blefe da oposição"; assista

Igor Fuser: figura de Guaidó se esvazia dia após dia. Uma figura patética (Foto: 247 | Reuters)
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247 - Professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), Igor Fuser avaliou, em entrevista à TV 247 nesta terça-feira 20, como "fracassada" a tentativa de golpe liderado na Venezuela pelo oposicionista Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente no lugar de Nicolás Maduro apesar de não ter disputado eleições.

O professor explicou que os militares venezuelanos estão ao lado de Maduro e que Guaidó agiu com um número inexpressivo das Forças Armadas. "O que está bastante claro é que um suposto esquema militar insurgente, um esquema militar contrário ao governo do presidente Nicolás Maduro é uma mentira, um blefe da oposição. Os mandos militares e todos os comandantes, de todas as regiões militares do país, do Exército, da Marinha e Aeronáutica se reuniram em Caracas, ao redor do presidente Maduro e do ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, e estão ali afiançando lealdade ao governo do Maduro e à Constituição venezuelana. Essa tentativa do Guaidó envolveu um número minúsculo de militares".

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Para Fuser, o único objetivo alcançado pelos golpistas nesta mobilização foi o "resgate" do líder da extrema-direita venezuelana, Leopoldo López. "O que eles sim conseguiram foi resgatar da prisão domiciliar o seu líder, o líder da extrema-direita venezuelana, Leopoldo López, que está preso e condenado a uma longa pena de prisão a partir de 2014 por ter incitado protestos violentos que causaram várias mortes na Venezuela". No fim da tarde desta terça, Lopez se refugiou na embaixada do Chile em Caracas.

Para o professor, a imagem de Juan Guaidó vem se desfazendo com o passar do tempo. "Do ponto de vista do que parece ter sido o objetivo desse movimento, lançar uma proclamação às Forças Armadas e ao povo da Venezuela para que se rebele contra o governo, isso fracassou completamente. É uma tentativa fracassada, mostra talvez o desespero do Guaidó. Ele é uma figura que vem se esvaziando dia a dia. A autoproclamação dele como presidente da Venezuela caiu completamente no vazio, ele se tornou uma figura patética, uma figura ridícula. Um presidente que se diz presidente de um país e não tem seguidores em números expressivos, não controla um único centímetro de território da Venezuela e a única coisa que ele tinha realmente, que era o reconhecimento externo, vem pouco a pouco minguando também. Ninguém está levando a sério a figura do Guaidó, a medida em que fica claro que a Venezuela tem um único presidente e o presidente, gostem ou não os inimigos da revolução bolivariana, é Nicolás Maduro".

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Sobre a postura do governo brasileiro diante do episódio, Igor Fuser avaliou como ainda alinhada aos interesses norte-americanos e comentou também sobre o posicionamento dos militares. "A postura do Bolsonaro é a mesma que ele já tem tido sempre, apoiando invasão dos Estados Unidos e apoiando um golpe militar na Venezuela. Já os militares brasileiros, me parece que eles estão quietinhos observando os acontecimentos em uma postura de cautela, eles têm muito receio em relação a um envolvimento mais direto em um conflito venezuelano, um envolvimento que pode significar a participação do Brasil em uma guerra civil na Venezuela ou em um conflito internacional envolvendo tropas dos Estados Unidos, da Colômbia e assim por diante. É algo que claramente não interessa às Forças Armadas brasileiras, estão muito resistentes, refratários a esse tipo de ideia, o que é muito bom, pelo menos coloca um limite na postura agressiva do Brasil em relação ao governo da Venezuela".

O professor ressalta que o fracasso da tentativa de golpe não significa o final da história. "Esse episódio ainda não está encerrado, existe ali uma concentração de opositores em um ponto de Caracas, entre esses opositores está o Juan Guaidó, que é a figura visível, ponta de lança do golpismo na Venezuela e não se sabe se presente fisicamente, mas vinculado a essa mobilização, a figura do Leopoldo López que está a solta, o que é um estímulo para os golpistas venezuelanos civis e eventuais militares enrustidos".

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